O dragão da inflação deixou, desde 1994, de ser tão feio quanto os economistas o pintavam. Mesmo assim, o monstro está longe de desaparecer. “Vivemos um momento em que a inflação tem ficado consistentemente acima das metas estabelecidas pelo Banco Central, e não há sinais de que esse cenário mude no curto prazo”, diz Victoria Werneck, economista-chefe da Icatu Seguros. A explicação é simples. Apesar de os preços de produtos importados estarem baixos, devido à queda do dólar, itens importantes, como os serviços, têm apresentado reajustes consistentemente acima das médias de inflação. Mais do que isso, as perspectivas para os próximos meses são de aumentos reais dos salários, a começar pelo salário mínimo. “Pelas novas regras, o mínimo poderá ser reajustado em até 14%, somando-se o crescimento da economia e a variação da inflação”, diz Werneck. 

104.jpg

O mínimo corrige não só os benefícios da Previdência Social como diversos preços na economia. Tanto dinheiro injetado diretamente no consumo vai fornecer alimentação farta para o dragão. Como proteger seu dinheiro? As duas alternativas mais comuns no mercado financeiro são os títulos públicos ou privados indexados à inflação e os fundos dedicados a esses papéis. Os papéis mais comuns são as Notas do Tesouro Nacional (NTN) da série B, que pagam a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais juros ao redor de 6% ao ano. Na ponta do lápis, esses papéis garantem a variação da inflação. O problema é que, para comprá-los, é preciso estar cadastrado no Tesouro Direto, sistema de negociação de títulos públicos pela internet, que exige do investidor um conhecimento mínimo de mercado. 

 

“O Tesouro Direto oferece títulos com vários prazos, que parecem iguais para o leigo, mas não são”, diz Georges Catalão, estrategista de investimentos da administradora financeira carioca Lecca. Na ponta do lápis, diz Catalão, o Tesouro Direto pode compensar para investidores com montantes inferiores a R$ 100 mil. Quem tem mais dinheiro pode obter resultados melhores optando por um fundo de investimento dedicado a esses títulos. Vendidos como fundos de inflação, essas carteiras compram e vendem os títulos para obter o melhor resultado. “A partir de R$ 100 mil, os fundos passam a ser uma opção mais rentável”, diz o executivo. Ao lado, uma lista dos fundos mais rentáveis em 2011.

 

105.jpg