Maior empresa de revestimentos do Brasil, o Portobello Grupo está em seu melhor momento de seus 43 anos de história. Com reorganização interna a partir de 2019, que dividiu a companhia em quatro linhas de negócios, cada uma com seu CEO, ganhou mercado e dobrou o faturamento em três anos. Vai fechar o balanço de 2022 com receita acima de R$ 2 bilhões. Para continuar na curva de crescimento, avança em seu projeto de internacionalização, que inclui construção de fábrica nos Estados Unidos, representação na Europa, Oriente Médio e Ásia, além de avanços tecnológicos para melhorar os serviços e produtos e com isso ser mais competitivo em mercados externos. “Exportação representa 25% do nosso faturamento, com entregas em 60 países. Vemos que o contexto é favorável e podemos dobrar esse percentual nos próximos anos”, disse à DINHEIRO João Henrique Oliveira, CEO da unidade de negócio Portobello, a principal do grupo, responsável pela inovação, pelo parque industrial da companhia localizado em Tijucas (Santa Catarina) e pelas áreas de exportação, supply chain para o mercado interno e ESG. As outras três linhas de negócios são Portobello Shop (rede varejista com lojas próprias e franqueadas), Portobello América (que comanda os projetos em território americano) e Pointer (de produtos mais democráticos e atuação no Nordeste).

Nos primeiros nove meses de 2022, o Portobello Grupo fechou seu balanço com receita líquida de R$ 1,7 bilhão, aumento de 21,4% em relação ao mesmo período anterior. Com média de faturamento de R$ 565 milhões por trimestre, a empresa vai superar a barreira do segundo bilhão. Em 2021, as vendas chegaram a R$ 1,91 bilhão, com a produção do parque fabril de 29,4 milhões de metros quadrados. Destaque para a fábrica de lastras, que teve início em 2021 e produz formatos maiores do que os encontrados no segmento, fazendo da marca a primeira com capacidade de peças de até 1,80m x 3,60m.

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“A Exportação representa 25% do faturamento, com entregas em 60 países. Vemos que o contexto é favorável e podemos dobrar esse percentual” João Henrique Oliveira, CEO da unidade de negócio Portobello

DEMANDA O Portobello Grupo atua nos Estados Unidos desde 1990. Iniciou com vendas e desde 2018 começou as operações de distribuição. Atualmente possui dois centros de distribuição, uma na Flórida e outro no Tenessee, estado onde está sendo construída uma fábrica da companhia. Deve começar a operar no início do segundo trimestre, com expectativa de produção de 7,2 milhões de metros quadrados. O mercado americano é observado como estratégico para a empresa, pois tem passado por mudança de perfil, segundo Oliveira. “Por muito tempo os Estados Unidos ficaram longe das tendências do mundo, mas agora está se conectando. Tem defasagem grande entre produção local e importação. É mercado importador basicamente”, disse o executivo.

Outra estratégia para desenvolver sua internacionalização é abrir representação em países da Europa, Oriente Médio e Ásia, regiões em que o Portobello Grupo tem ganhado espaço nos últimos anos. “Começamos a exportar para a Arábia e Egito. Vamos até a Nova Zelândia também”, afirmou o CEO. Hoje as exportações de produtos ocorrem principalmente para países da América do Sul, como Argentina, Chile e Paraguai. A disputa pelo mercado de fora é principalmente com italianos e espanhóis. A competitividade, de acordo com o CEO, está no design do produto brasileiro que tem agradado, os lançamentos feitos quatro vezes ao ano e tecnologia nos serviços de logística. A empresa tem trabalhado na plataforma Concierge 2.0, que possibilita os clientes fazerem pedidos de qualquer lugar e acompanhar on-line o movimento das encomendas.

O retorno a eventos globais do setor é mais uma iniciativa do Portobello Grupo. Ano passado a empresa voltou a participar, após 11 anos, do Cersaie, principal salão global do setor, realizado na Itália. Feiras na Oceania e no Paraguai, além de evento próprio promovido nos Estados Unidos foram outras ações. “Aumentamos nossa conexão com clientes, designers e arquitetos”, disse Oliveira. Cresce a participação e aumenta a massa da receita.