16/04/2021 - 13:00
O que mudou no cenário de investimentos em 2020?
Para muitos investidores, 2020 foi o primeiro ano que trouxe uma experiência real de volatilidade no mercado acionário. Isso ensinou a não realizar prejuízos em momentos de turbulência. Quem manteve a calma e não vendeu acabou lucrando.
Quais foram as lições da volatilidade?
As principais lições foram a necessidade de manter a calma e as vantagens de buscar proteção para os investimentos. Nossos clientes passaram a aprofundar e sofisticar suas operações, fazendo hedge e montando operações estruturadas para delimitar o risco. Além disso, os clientes agora estão conscientes de que é preciso ganhar mais do que a inflação no longo prazo.
O que mudou na maneira de trabalhar?
A noção de que, ao prestar assessoria de investimentos, é preciso ser mais conservador do que o cliente. Muitas vezes o cliente quer assumir um risco elevado em uma posição grande, e o trabalho do consultor é chamar a atenção para os riscos.
Alguma nova tendência?
Sim, o crescimento da demanda por investimentos com perfil ESG, ligados à sustentabilidade. Fico muito feliz quando percebo essas demandas por parte dos investidores. No futuro, os gestores de recursos que não estiverem alinhados com os princípios ESG não terão clientes. E as demandas são várias, desde não investir em produtos como tabaco até só investir em empresas que tenham uma participação mínima de mulheres no Conselho de Administração.
Isso explica a fusão da Ébano?
Sim. Fundimos nossa empresa com a 1 to 1 Investimentos, para obter mais experiência na gestão da renda variável. Hoje temos 600 clientes e R$ 500 milhões em ativos sob administração. Nossa meta é chegar a R$ 1 bilhão até o fim deste ano.
A FORÇA DA RENDA FIXA
Apesar de os juros terem permanecido baixos durante quase todo o primeiro trimestre e de o Ibovespa ter batido um recorde em janeiro, os fundos de renda fixa permaneceram firmes na preferência dos investidores. No primeiro trimestre eles registraram uma captação líquida de recursos de R$ 63,17 bilhões. Em março, isoladamente, eles lideraram a captação, com uma injeção líquida de R$ 9,34 bilhões.
EM ALTA 1,54%
foi o aumento da inflação para o consumidor com mais de 60 anos no primeiro trimestre. Em 12 meses, a variação acumulada era de 6,2%, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na população com mais baixa renda, a inflação acelerou pelo segundo mês consecutivo, segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. Para as famílias de renda entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83, a inflação subiu de 0,98% para 1,09%. Para as famílias com renda entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66 a inflação subiu de 097% para 1,08%.
EM BAIXA 3,8%
foi a queda das vendas no comércio varejista nacional em fevereiro de 2021 frente a fevereiro de 2020. Os dados são da série sem ajuste sazonal, acumulando no ano um recuo de 2,1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no acumulado nos últimos 12 meses o recuo das vendas foi de 0,4%, mantendo uma redução de ritmo pelo quarto mês consecutivo. Já o crescimento do varejo ampliado foi de 4,1%. Esse varejo inclui veículos, motos, autopeças e de material de construção.