21/10/2022 - 1:50
Vinhos portugueses estão cada vez mais presentes na mesa do brasileiro. O ano passado foi altamente positivo para as vendas de garrafas lusitanas no mercado global, com movimento de 925 bilhões de euros, 8,1% maior do que 2020, sendo o Brasil um dos principais destinos. Por aqui, foram 33 milhões de euros em 2021 e exportamos 26 milhões de litros. Significa um aumento de 8,7% em valor e de 5% em volume. Os dados são da ViniPortugal, uma das principais entidades responsáveis pela internacionalização dos vinhos portugueses, que representa mais de 500 rótulos. “O Brasil é um importante mercado para os vinhos de Portugal. Sabemos que o povo brasileiro gosta dos vinhos de Portugal, do seu sabor e da diversidade. Isso ajuda a explicar por que os vinhos de Portugal são dos mais comprados pelo Brasil”, disse à DINHEIRO Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal. Com isso, o País é um dos potenciais mercados para Portugal atingir 1 bilhão de euros em vendas de vinhos no mundo no ano que vem.
Tanto o consumo nacional como o trabalho desenvolvido pela ViniPortigal serão fundamentais para atingir essa marca. A entidade tem 21 mercados internacionais prioritários e o Brasil está entre os quatro mais relevantes. Dos 8 milhões de euros que a organização investe por ano em marketing e projetos internacionais, 60% ficam por Brasil, Estados Unidos, Canadá e China. Sônia Vieira, diretora de marketing da ViniPortugal, aponta a relação histórica entre os dois países de língua portuguesa para que ocorra essa relação comercial e de interesses comuns. “Investimos muito em ações de educação e informação aos profissionais sobre os vinhos de Portugal”, disse a executiva.
A participação da ViniPortugal em eventos no Brasil tem se acentuado. Recentemente, a entidade montou estande na ProWine, considerada a maior feira da América Latina de vinhos e destilados, voltada para o segmento B2B, feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas). A ViniPortugal organizou ainda ações com provas direcionadas a consumidores e sommeliers em Florianópolis (SC), Recife (PE), Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). “Um roadshow itinerante, pois dessa forma conseguimos aumentar o espaço dos vinhos portugueses nessas cidades e por todo o Brasil”, afirmou Sônia.
“O Brasil é um importante mercado. Sabemos que o povo brasileiro gosta dos vinhos de Portugal, do seu sabor e da diversidade” Frederico Falcão presidente da ViniPortugal.
Os principais parceiros da ViniPortugal são importadores, supermercados e restaurantes, cada um com seu grau de importância no processo de ganho de mercado. “Precisamos dos importadores para fazer as ações de mercado, são eles que nos ajudam e nos dão informações preciosas”, disse a diretora. “Os restaurantes são importantíssimos para fazermos crescer o preço médio”, afirmou. “E os supermercados nós temos que ter um bom linear para sermos visíveis por todos os consumidores.”
Influenciadores e formadores de opinião também estão no plano de ações da ViniPortugal para dar maior exposição e visibilidade aos vinhos portugueses, principalmente das regiões do Alentejo, do Douro e da capital Lisboa com seus vinhos verdes, três localidades das mais consumidas pelo brasileiro. Na ProWine, por exemplo, a entidade promoveu uma palestra com Carlos Cabral, conhecido crítico de vinhos brasileiros e muito ligado ao vinho do Porto. Para Sônia Vieira, as pessoas estão cada vez mais interessadas em obter conhecimento sobre a enologia. “O consumidor procura qualidade.”
Outro fator que tem ajudado a disseminar os vinhos portugueses em solo tupiniquim é o turismo brasileiro por terras de Cabral e Colombo. Segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), do governo lusitano, entre 4 de junho e 3 de agosto entraram no país europeu 3,5 milhões de turistas estrangeiros, dos quais 300 mil são brasileiros, o segundo maior grupo de viajantes vindos de fora, somente atrás dos britânicos. “O turismo dos brasileiros em Portugal cresce cada vez mais, e quando os brasileiros voltam de viagem para o Brasil eles querem compartilhar com os amigos, familiares as coisas que viveram e experimentaram”, disse a diretora da ViniPortugal.
