Os Exchange Traded Funds ou ETFs, também conhecidos como fundos de índice, são relativamente novos no mercado brasileiro e, por isso mesmo, ainda têm um vasto caminho para crescer. Simplificadamente, pode-se defini-los como carteiras fechadas, cujas cotas são negociadas na bolsa como se fossem ações de empresas. Eles reúnem, com base em índices setoriais, papéis de determinados segmentos listados e representam uma boa alternativa para os investidores brasileiros, embora sejam dependentes do desempenho da bolsa. No acumulado do ano, até 22 de dezembro, o Ibovespa registrava perdas de 2,7%.

Em 2013, o índice fechou negativo em 15,5%. No Brasil, há atualmente 16 ETFs listados na BM&FBovespa que no acumulado do ano, até novembro, movimentaram R$ 23,1 bilhões. Em 2013, o número total foi de R$ 23,3 bilhões. Apesar de crescer a passos lentos, o mercado atrai novos produtos em função de seu potencial. No dia 28 de novembro, a BB DTVM lançou o BB ETF S&P Dividendos Brasil Fundo de Índice, que tem como foco empresas boas pagadoras de dividendos como Cemig, Telefônica Brasil, Ambev, AES Tietê, Coelce, Cielo, Natura, Vale e Lojas Renner.

R$ 23,1 bilhões - foi o total movimentado pelos etfs em 2014,
repetindoo resultado do ano anterior

“Acreditamos que esse é um mercado que ainda vai se desenvolver para o futuro, sem o objetivo de gerar resultados imediatos no curto prazo”, diz Carlos Takahashi, presidente da BB DTVM. De acordo com Takahashi, o ciclo de alta de juros é um dos principais entraves para o mercado de renda variável como um todo e os ETFs não conseguem escapar desse cenário. Mas há também a questão do desconhecimento do instrumento. “É um processo natural de educação financeira”, diz. “Ainda trabalhamos num universo em que o investidor recorre a produtos mais conhecidos”, diz o executivo.

Em 6 de maio, a gestora americana BlackRock, responsável pela maioria dos ETFs negociados na bolsa, lançou o primeiro fundo de índice estrangeiro do Brasil, o iShares S&P 500, baseado no principal índice da bolsa americana. De acordo com Bruno Stein, diretor da BlackRock, que possui US$ 3 bilhões sob gestão no Brasil, o novo fundo será o primeiro de vários. “Quando abrimos nossa filial no Brasil, em 2007, já estava em nossos planos a ideia de montar ETFs locais e internacionais.

As locais foram mais rápidas e agora saiu a primeira internacional, primeira de várias”, diz Stein. Eduardo Castro, superintende-executivo de gestão de fundos da Santander Asset Management explica que a categoria de ETFs foi razoavelmente bem, em 2014, a despeito da alta volatilidade. Para 2015, ele orienta o investidor a conhecer melhor o propósito dessa modalidade de investimentos e qual sua necessidade. “O investidor deve ter consciência de que é um produto de médio e longo prazo”, afirma Castro. “Não deve ser considerado investimento de curto prazo por suas variações de risco.”

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Confira o Especial “Onde investir em 2015”

Um ano desafiador
Equilíbrio à prova
Papéis de fôlego
Surfando na onda
Encarando a queda
Na corda bamba
No ar rarefeito
Salto no escuro
Juros em alta
Manobras radicais
Escalada de lucros
O mapa da selva