A Aneel anunciou, na terça-feira 2, que a Chesf, uma subsidiária da Eletrobras, será indenizada em R$ 5,1 bilhões nos próximos anos. O dinheiro, que virá das contas de luz, decorre de a empresa ter feito investimentos entre o ano 2000 e 2012 que não haviam sido totalmente amortizados quando o governo reduziu as tarifas de energia, em 2012. Com as indenizações, a Eletrobras não será obrigada a vender seus ativos de geração e transmissão, apenas as distribuidoras, disse Wilson Ferreira Júnior, presidente da estatal, no Rio, na quinta-feira 4, ao comentar os planos da empresa de investir R$ 33 bilhões na geração e na distribuição até 2020. Cinco empresas se cadastraram para participar do leilão da distribuidora goiana Celg D, marcado para o dia 19 de agosto. Segundo o Bank of America, os candidatos mais fortes a participar desses processos são as chinesas State Grid e China Three Gorges e a italiana Enel.

BANCOS
Lucro do Itaú cai 9,1%

O Itaú Unibanco lucrou R$ 5,57 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 9,1% em relação ao mesmo período de 2015. No entanto, esse resultado foi melhor do que os R$ 5,1 bilhões previstos pelos analistas. O que elevou o ganho do banco de Roberto Setubal foi a queda de 11,4% nas provisões em relação ao trimestre anterior. No ano, as ações sobem 38,85%.

Touro x urso

Os resultados de empresas, em especial os bancos, vêm sustentando a alta das ações no início de agosto. No ano, o principal indicador do mercado acionário avança 32,8%. O arrefecimento da crise política e a manutenção dos juros internacionais perto de zero devem contribuir para a continuidade desse cenário.

PETROQUÍMICA

Otimismo faz Braskem subir
A alta nas vendas da Braskem em todos os mercados onde atua e boas expectativas para o mercado brasileiro animaram os investidores na quinta feira 4. Os papéis fecharam em alta de 11%, apesar da queda de 62% do lucro líquido do segundo trimestre, para R$ 281 milhões. No comunicado ao mercado, a empresa afirmou que iniciou conversas com a Justiça americana e a SEC, que podem confirmar acusações de pagamentos ilícitos em contratos com a Petrobras, alvo de investigação da Operação Lava Jato.

Destaque no pregão
Vale vende mais ouro

A Vale anunciou, na terça-feira 2, que vendeu mais 25% do ouro produzido na mina de Salobo, no Pará, para a empresa canadense Silver Wheaton. A mineradora obteve US$ 823 milhões. Em fato relevante, a Vale anunciou que a decisão permitirá fortalecer o balanço e se concentrar nas operações minoritárias, produzindo minério de ferro, fertilizantes e carvão. A meta é reduzir o endividamento em US$ 10 bilhões ao longo dos próximos 18 meses. O preço das vendas vem caindo. Em 2013, a Vale havia vendido 25% dos fluxos de ouro de Salobo para os canadenses por US$ 1,33 bilhão, vendendo 25% adicionais no início de 2015, mas desta vez por US$ 900 milhões.

Palavra do analista:

Rene Kleyweg, analista do Deutsche Bank em Londres, avalia que os US$ 800 milhões são uma boa soma, mas insuficientes para cobrir todas as perdas provocadas pela indenização da Samarco. O banco diz esperar novas vendas de pequenas parcelas do setor de fertilizantes e de carvão.

VAREJO
Magazine Luiza digital

O controle de gastos do Magazine Luiza fez o resultado da empresa dirigida por Frederico Trajano triplicar. O lucro do segundo trimestre cresceu de R$ 3 milhões em 2015 para R$ 10,4 milhões neste ano. Segundo Marcel Moraes, do Deutsche Bank, os esforços para a reestruturação já deram frutos, em especial um aumento de 34% no e-commerce. No ano, as ações da empresa subiram 183%.

MER­CA­DO EM NÚMEROS

renova
R$ 4 bilhões

Foi a redução de investimentos da unidade de energias renováveis da Cemig, que cancelou 676 MW em projetos eólicos e 60 MW em usinas solares

SUZANO
R$ 954 milhões

Foi a queda no lucro líquido da operadora no segundo trimestre. Ela obteve um lucro de R$ 74,4 milhões em 2016, ante R$ 943,5 milhões em 2015

ELETROPAULO
R$ 3,5 milhões

Foi o lucro líquido da distribuidora de abril a junho, uma queda de 92,9% em comparação ao ano anterior

CETIP
18%

Foi a alta no lucro da depositária de ativos privados no segundo trimestre, impulsionada por maiores receitas de vendas de títulos

CIELO
13,5%

Foi a alta no lucro líquido da operadora no segundo trimestre, para um bilhão de reais, impulsionado pelo avanço de 10% nas operações com cartões

(Nota publicada na Edição 979 da Revista Dinheiro)