09/02/2011 - 21:00
Quando o executivo alemão Wilhelm Keller recebeu, em 2008, o convite para comandar a fabricante americana de bancos para automóveis Magna Seating na América do Sul, ele foi bem claro. “Precisaremos ser radicais”, disse ele ao aceitar o emprego. Dois anos depois, a companhia, controlada pelo grupo canadense Magna International, um gigante do setor de autopeças, com 92 mil empregados e faturamento anual de US$ 23 bilhões mundialmente, fez uma entrada agressiva no mercado brasileiro.
Keller, da Magna Seating: ”Novas compras vão acontecer nos próximos meses”
Em outubro de 2010, a empresa anunciou a construção de sua primeira fábrica no Brasil. Ela será localizada em Mauá, na região do ABC paulista, berço da indústria automobilística local.
Um mês depois, a empresa comprou a Resil Minas, fabricante de estruturas metálicas para bancos automotivos, com faturamento de R$ 294 milhões. Em janeiro deste ano, adquiriu a argentina Pabsa, também fornecedora de bancos para automóveis, com receita de
US$ 111 milhões. Os valores dos dois negócios não foram divulgados pela Magna Seating. “Novas compras vão acontecer nos próximos meses”, diz Keller.
A Magna Seating, baseada no Estado de Michigan, nos EUA, está de olho em um mercado que, de acordo com a Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no País, deve atingir cinco milhões de veículos comercializados em 2015.
“A estratégia agressiva está assustando os concorrentes”, afirma Walter Lerner, professor da Trevisan Escola de Negócios e consultor do Sindipeças, sindicato nacional dos fabricantes de autopeças.
Lerner se refere à velocidade com que a empresa vem avançando no mercado em tão pouco tempo. Com menos de um ano de operação, a companhia já conquistou clientes como a GM e a Volkswagen. Ela também herdou encomendas da Fiat, Ford, Peugeot, Citröen, Renault e Iveco, que já tinham relacionamentos com as empresas que a Magna Seating adquiriu. Baseados nesses contratos, a companhia espera alcançar um faturamento de US$ 550 milhões, logo em seu primeiro ano de atuação no País.
Essa estratégia agressiva faz parte de um projeto maior da Magna International, que pretende aumentar sua presença no setor de autopeças, que movimenta R$ 79,7 bilhões anuais.
Além da Magna Seating, a fabricante canadense conta com duas unidades no Brasil: a Magna Closures Brazil, de fechaduras para portas de carros, e a Cosmo, produtora de chassis. De acordo com Keller, das nove unidades de negócios da Magna no mundo, pelo menos seis desembarcarão no Brasil nos próximos anos.