O americano Travis Kalanick, CEO do Uber, já foi chamado de o executivo mais odiado do mundo. Esse título nada abonador pode até fazer sentido. Afinal, Kalanick, com seu popular aplicativo que transforma qualquer automóvel em um táxi, está envolvido em disputas com taxistas tradicionais e governos ao redor do globo. Trata-se de uma briga e tanto, mas parece não ter sido suficiente para aplacar o espírito belicoso do pai do Uber. Ele simplesmente resolveu entrar em uma briga com todos os motoristas e um de seus sócios ao anunciar, na terça-feira 3, um centro de pesquisas de carros autônomos.

O Google, que investiu US$ 258 milhões no Uber, em agosto de 2013, e tem uma cadeira no conselho da empresa, tem, por sinal, investimentos expressivos nessa área e parece não ter gostado nada da ideia. Considerada a startup mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 40 bilhões, o Uber formou uma joint venture com a universidade Carnegie Mellon para abrir um centro de pesquisas para trazer ao mercado os futuristas carros sem motoristas. Batizado Uber Advanced Technologies Center, o prédio será localizado nas imediações da universidade, em Pittsburgh, na Pensilvânia. Aparentemente, o Google não deverá ficar lamentando as estocadas de Kalanick em seu negócio.

Uma notícia convenientemente vazada para a agência de notícias Bloomberg, um dia depois do anúncio do centro de pesquisas, dá conta de que a empresa símbolo das buscas na internet vai lançar seu próprio serviço de “caronas remuneradas” ou “corridas compartilhadas” (eufemismos usados pelo Uber para definir seu serviço). Funcionários do buscador já usam um aplicativo com esse recurso, servindo assim de cobaias para a tecnologia. Isso levantou preocupações nos corredores do Uber, já que a empresa é dependente do Google Maps para seu serviço funcionar. Exceto o fato, claro, de que o Google dispõe de uma estrutura muito mais poderosa que a do Uber para ganhar esse mercado. Se o Uber é a maior startup do mundo, o Google, segunda maior empresa de tecnologia do planeta, é de outra liga. Talvez Kalanick tenha ido longe demais.

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