21/10/2022 - 2:00
Na corrida pelos veículos elétricos, muitos fabricantes estipularam metas para atingir 100% da frota nos próximos anos e, segundo levantamento do Visual Capitalist, o número de modelos deve crescer de 100, em 2022, para 134 em 2024. O Brasil, contudo, segue muito atrás nessa autoestrada do avanço. De acordo com o IBGE, em 2021 tínhamos mais de 111 milhões de veículos no País e ínfimos 100 mil deles movidos a eletricidade, conforme dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Na infraestrutura, a situação chega a ser pior: ainda temos raros postos de abastecimento, pouco mais de 10 mil, a maioria no estado de São Paulo.
O cenário que parece de filme de terror é visto como o oceano azul para a GreenV. A empresa de mobilidade elétrica de São Paulo é a líder do segmento de carregadores no Brasil – tem 2,1 mil dos 10 mil carregadores. Depois de receber aporte de R$ 22 milhões de um fundo americano, a companhia passou a focar exclusivamente em soluções inteligentes para mobilidade elétrica. “Mais do que ser tecnologia para mobilidade elétrica, queremos ser uma tecnologia que viabiliza a mobilidade”, afirmou à DINHEIRO o CEO da Startup, Junior Miranda.

Para ele, a proposta é contribuir para esse ecossistema a partir de parcerias com empresas do segmento e as duas principais hoje focam em setores diferentes. A primeira, com a Indigo Brasil, empresa com mais de 200 estacionamentos no País e forte presença em segmentos como saúde, shoppings e centros de eventos. Serão instalados mais de 350 pontos de recarga para carros elétricos em espaços com gestão da Indigo. A segunda parceria foi com a Volkswagen Caminhões e Ônibus. A GreenV fechou acordo para atender a clientes do VW e-Delivery, primeiro caminhão elétrico 100% desenvolvido, testado e produzido no País, fornecendo a infraestrutura para instalação de carregadores.
O CEO da GreenV diz que projetos como esse ajudarão as empresas tanto a economizarem quanto atingirem seus objetivos de sustentabilidade. E isso será decisivo na adoção em escala. “A diferença vai além da poluição do ar, pela emissão de gás, e chega até a redução da poluição sonora.” Um pacote de ganhos para fazer o Brasil sair da posição de atraso na adoção de veículos elétricos .
E é aí que entram as empresas no papel de criar um ambiente ideal. As montadoras e consórcios visam aumentar os carregadores e reduzir o preço dos carros, assim como empresas especializadas buscam oportunidades para entrar nesse mercado.