23/03/2013 - 21:00
Quando o ator Tom Cruise dirige um BMW em alta velocidade no filme Missão impossível – protocolo fantasma, ou um Audi se transforma repentinamente em um robô vilão gigante, na série Transformers, há um homem por trás dessas cenas. Ele atende pelo nome de Ruben Igielko-Herrlich, um cubano naturalizado suíço de 51 anos, que conhece como poucos os caminhos de Hollywood. Não apenas as melhores rotas para fugir com a sua moto do trânsito de Los Angeles. Ele sabe, como ninguém na indústria, com quem precisa falar para conseguir colocar as marcas nos roteiros dos maiores blockbusters do cinema americano.
Propaganda e glamour: o ator Tom Cruise e uma BMW no quarto filme da série Missão impossível
Foi Igielko-Herrlich quem transformou essa técnica, conhecida pela expressão em inglês product placement (ou inserção de produtos), em uma prática comum nos filmes americanos. Ele é dono da Propaganda GEM, com sede em Genebra, na Suíça. Seu escritório mais ativo, no entanto, fica em Culver City, na Califórnia, próximo de alguns dos maiores estúdios de cinema. O empresário agora quer explorar essa estratégia no Brasil. Sua empresa chegou ao País por meio de uma joint venture com a Paris Filmes, que liderou o mercado de distribuição para cinema em 2012. Cada um dos sócios detém 50% da Propaganda GEM Brasil. “Estamos buscando desenvolver esse negócio nos países emergentes, como China, Índia e agora Brasil”, diz Igielko-Herrlich.
Caminho estrelado: Igielko-Herrlich (à dir.) com o ator Jeremy Renner
A primeira iniciativa local colocou a marca de roupas de cama Trousseau na película Até que a sorte nos separe, visto por mais de 3,4 milhões de pessoas. A rede de óculos Chilli Beans também já contratou a GEM para divulgar os seus produtos no Exterior. A Netshoes participará do filme sobre a vida de José Aldo, lutador de artes marciais mistas (MMA). A BMW também será uma das marcas expostas em filmes nacionais. A inserção de produtos tem a vantagem de passar uma imagem de modernidade e desejo, sem ser explícito para a audiência – ao contrário do merchandising explorado nas novelas da tevê brasileira. “Nós trazemos o público à marca, não empurramos o produto”, diz Igielko-Herrlich.