12/10/2013 - 7:00
Há no setor de tecnologia uma regra não escrita de que, para se conquistar um lugar ao sol, o importante é inovar. Ser o primeiro, muitas vezes, pode ser uma vantagem competitiva. É um princípio que tem uma grande exceção, que apenas o confirma: a Apple, de Steve Jobs. A companhia da maçã, exceto pelo computador pessoal, nunca criou um novo mercado. Mas com a genialidade de Jobs transformou setores inteiros com o tocador de música digital iPod, o celular iPhone e o tablet iPad. É assim que deve ser visto o Galaxy Round, smartphone lançado pela coreana Samsung, na quarta-feira 9.
Em princípio, o aparelho tem de novidade apenas uma tela flexível e um formato côncavo. Suas funcionalidades, no entanto, são as mesmas do Galaxy Note 3, um misto de um smartphone com um tablet. Se pouco inova, por que o smartphone pode ser importante para a gigante coreana, que desbancou a Apple da liderança desse mercado? Simples: ele aponta para um futuro no qual as telas dos celulares serão flexíveis. Um indicativo de que a tecnologia está no cronograma dos principais fabricantes é que a também coreana LG planeja lançar um aparelho no ano que vem com uma tela flexível de seis polegadas.
A Apple também analisa a tecnologia para o iPhone. A companhia de Cupertino, inclusive, já registrou uma patente que dá indícios sobre o uso de formatos côncavos em seus produtos. “O que estamos observando é um grande passo para romper com a forma retangular do smartphone”, escreveu Aaron Souppouris, do blog de tecnologia The Verge.As novas telas não serão apenas um elemento estético da nova geração de celulares. “Estamos em um momento em que as empresas estão colocando a tecnologia no mercado”, afirma Sergio Cavalcante, presidente do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar).
“Mas não há nenhuma aplicação prática dos benefícios da tecnologia ainda.” Ainda não, de fato. Mas em breve isso deve mudar. Por serem flexíveis, essas telas serão mais resistentes do que o vidro. Com isso, as quedas deixarão de ser um problema. Elas também são feitas com uma espécie de plástico, o que deixará o smartphone mais leve e fino. E, por ser dobrável, o consumidor poderá levar, literalmente, o aparelho no bolso. A tecnologia não será exclusiva dos celulares. Aparelhos de tevê, livros e até jornais – por que não – poderão usar esse novo formato de tela.