Desde que a Microsoft desembolsou US$ 8,5 bilhões na compra do Skype, em 2011, havia motivos para supor que o serviço de mensagens Windows Live Messenger tinha seus dias contados, em razão da similaridade de muitos dos recursos. A morte anunciada foi finalmente oficializada pela empresa na semana passada. Os 100 milhões de usuários – 30 milhões deles brasileiros – do antigo MSN terão de migrar para o Skype até o primeiro trimestre do ano que vem para manter os seus contatos. Trata-se de uma mudança muito mais suave do que seria se tivesse ocorrido há três anos, quando o Messenger tinha o triplo de contas ativas. O rápido declínio do serviço é uma das principais razões para o fim do programa, que agora vai reforçar os números do Skype. 

 

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Esmagado: declínio no número de contas motivou a Microsoft,

do CEO Steve Ballmer, a desativar o serviço

 

O serviço de telefonia pela internet tem atualmente 280 milhões de usuários, por mês, no mundo. A incorporação do Messenger pelo Skype é uma evidência da dificuldade da Microsoft de acompanhar o fenômeno das redes sociais, que se tornaram mais atraentes que o MSN como ferramenta para comunicação rápida entre os usuários. Além disso, a mudança também é um sinal de que apenas a publicidade pode não ser suficiente para manter serviços gratuitos de larga escala. Com o MSN, a Microsoft gerava receita somente por meio de propaganda, diferentemente do que ocorre com o Skype, que fatura com a venda de serviços. A transformação no cenário da tecnologia, que culminou no fim do Messenger, começou a se delinear há algum tempo. 

 

Na década passada, já sob o comando de seu CEO atual, Steve Ballmer, a Microsoft não deu a atenção devida a diversos fenômenos da tecnologia, especialmente os das redes sociais. Ao notar que blogs, Orkut, Facebook e Twitter dominaram a internet, a Microsoft tentou posicionar o Messenger como uma mídia social. A estratégia, no entanto, não deu certo. A companhia tratou, então de, recuperar o tempo perdido com um serviço chamado Windows Live Spaces. Lançado em 2004, o site tinha a vantagem de dispor da forte base de clientes do Messenger, mas não conseguiu trazer nenhum atrativo inovador o suficiente para cativar o público e acabou sendo desativado no ano passado. Agora, ao priorizar o Skype, a Microsoft busca ficar em sintonia com o seu tempo. Resta saber se vai conseguir acompanhar o ritmo da tecnologia.

 

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