13/06/2014 - 20:00
Mesmo apaixonado por futebol, o administrador de empresas paulistano Ricardo Lobão, presidente da seguradora britânica UIB no Brasil, vai perder alguns dos jogos da Copa. Ele está de malas prontas para Dubai, levando na bagagem uma missão tão difícil quanto a da equipe de Felipão: implantar o setor de benefícios da UIB no país árabe, oferecendo produtos como seguro de saúde aos clientes. Há pouco mais de um ano essa viagem seria impensável. A história de Lobão com a seguradora britânica começou em 2013, quando ele vendeu sua empresa de benefícios na área de saúde, a CB4E, para o grupo por cerca de R$ 10 milhões.
Desde então, o braço de benefícios da UIB, atividade que só existe no Brasil, só deu alegrias para a matriz. Em um ano, a UIB Benefícios saltou de um faturamento de R$ 1 milhão e dez clientes para uma receita de R$ 4,8 milhões e 32 clientes, incluindo nomes como Femsa, Prosegur, Eaton e Rockwell, além da Petrobras. A receita do sucesso, segundo Lobão, foi a necessidade de as empresas reduzirem seus gastos com saúde. “Atualmente, 10% da folha de pagamento das empresas vai para custos com saúde, e elas têm buscado consultoria e suporte profissional para reduzir gastos sem cortar os benefícios dos funcionários”, diz.
O mercado de seguros de vida deve crescer 15,6% em 2014, e o de planos de saúde ao redor de 6%, segundo estimativas de mercado. Os números positivos no Brasil levaram os ingleses a convidar Lobão para implantar o setor de benefícios da UIB em outros países. O cronograma começa por Dubai, passa pela Colômbia e depois pelo México. “Até o ano passado, o governo de Dubai era responsável por bancar os trabalhadores de outros países, mas isso mudou e as empresas terão de contratar benefícios, o que abriu uma oportunidade para nós”, diz ele.
A UIB possui escritório em Dubai desde o fim de 2013 e as vendas de benefícios devem começar nos próximos meses. Na Colômbia, a companhia aguarda mudanças legais previstas para o fim de 2014, que permitirão a entrada de novos planos. Já no México, a meta é começar a operar em 2015. Se obtiver sucesso nesses três países, Lobão deve levar a empresa para os Estados Unidos e para a Inglaterra. Apesar dos planos de rodar o globo, Lobão não descartou os projetos de expansão no Brasil. Atualmente, com filiais no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, a empresa planeja investir R$ 2 milhões, ampliando sua rede para Joinville e Manaus até o fim do ano.