18/09/2015 - 20:00
Em uma partida de alto nível pela final do US Open, uma das quatro principais competições do circuito internacional de tênis, o sérvio Novak Djokovic, número um do ranking mundial, venceu, na noite do domingo 12, o suíço Roger Federer. Com isso, o atleta de 28 anos confirmou o seu domínio nesta temporada de tênis. São 61 vitórias, incluindo o feito de ter chegado à final dos quatro torneios do chamado Grand Slam, com vitória em três deles (só não venceu em Roland Garros, na França), e apenas cinco derrotas em 2015.
Esse desempenho pode garantir-lhe a temporada mais lucrativa de qualquer jogador da história do tênis – afinal, as premiações dos grandes torneios garantem fortunas aos campeões. Mas um dos aspectos mais marcantes da disputa contra Federer foi o fato de Djokovic ter conseguido a vitória, em Nova York, sob a pressão da torcida americana, que deixava clara a sua preferência pelo carismático adversário. A situação expõe um desafio para o tenista e para as marcas que pretendem se ligar a ele.
Mesmo que Djokovic vença dentro das quatro linhas e supere a marca de US$ 67 milhões em premiações, ganhos por Federer no ano passado, ele ainda não é visto com a mesma simpatia dispensada ao rival, ou mesmo ao espanhol Fernando Nadal. “Eu ainda não tenho o nível de admiração de Nadal e Federer”, disse Djokovic. “Eles são campeões dentro e fora das quadras.” Em 2014, o campeão dos Bálcãs foi o segundo tenista mais bem pago, com US$ 48,2 milhões, segundo ranking da revista Forbes. Nadal ficou em terceiro, com US$ 32,5 milhões.
Muitos analistas acreditam que ele será a força dominante nos próximos anos, já que Federer atingiu os 34 anos de idade e Nadal, aos 29 anos, tem enfrentado lesões constantes. Mas há ainda um grande caminho para Djokovic na batalha pelo dinheiro. Patrocinado por potências como Nike, Rolex, Credit Suisse e Mercedes-Benz, o suíço Federer recebe US$ 58 milhões de suas marcas, ao ano. É quase o dobro do que Djokovic ganhou, no ano passado, de marcas como Peugeot, Seiko, a varejista de moda Uniqlo e a vinícula Jacob’s Creek. O tênis, historicamente, tem uma boa relação com os negócios.
É o que atesta o caso do francês René Lacoste, o crocodilo, um grande campeão dos anos 1920, e que viu o seu sobrenome se tornar sinônimo de camisas pólo. Mas não ter, no futuro, um grande garoto-propaganda pode ser motivo de grande preocupação. Um exemplo vem do boxe, com o americano Floyd Mayweather – que amealhou, em 2014, US$ 300 milhões. O boxeador, que se aposentou após uma luta realizada no mesmo fim de semana que Djokovic vencia o US Open, foi o mais bem pago esportista dos últimos dois anos, e praticamente sozinho protegeu o seu esporte contra a perda de popularidade em comparação com as lutas marciais mistas, o MMA.