11/04/2014 - 21:00
Salários
O governo não pretende fazer novas reduções de impostos neste ano, mas vai tornar permanente a desoneração da folha de pagamento, com a cobrança da contribuição previdenciária incidindo sobre o faturamento, em vez dos salários. A medida, que começou a ser implementada em 2012 e hoje é aplicada em 56 setores, vai custar R$ 21,6 bilhões neste ano ao Tesouro, que repassa os recursos à Previdência. A lei que concede o benefício só vale até o fim do ano, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que o governo deve enviar um projeto tornando a medida permanente. As empresas agradecem.
Argentina
Relação melhor
Depois de anos de desgaste e bloqueios não oficiais aos produtos brasileiros, o governo federal avalia que os argentinos finalmente estão adotando uma postura mais amigável, preocupados em manter a cadeia automotiva funcionando. A queda do comércio bilateral, de 12% em março sobre 2013, soou o alerta no país de Cristina Kirchner.
Montadoras
Nacionalização forçada
Representantes das montadoras Toyota, Kia Motors, Hyundai e GM e dos governos do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro embarcam no fim do mês para o Japão e a Coreia do Sul para atrair fabricantes de autopeças interessados em se instalar no Brasil. Para se enquadrar nas regras do Inovar Auto, as montadoras estrangeiras precisam comprar pelo menos 60% dos componentes no mercado interno. No segundo semestre, será a vez de buscar fornecedores europeus.
Articulação política
Agenda cheia
Recém-chegado à secretaria de Relações Institucionais, o ministro Ricardo Berzoini já recebeu, em apenas cinco dias, 38 deputados e senadores, em grupos ou individualmente, no Palácio do Planalto. A estratégia parece estar funcionando. A base aliada não impediu a CPI da Petrobras, mas incluiu a investigação das denúncias de cartel no Metrô de São Paulo e supostas irregularidades no porto de Suape, em Pernambuco.
Carne
Cardápio brasileiro
Os turistas estrangeiros que visitarem o Brasil durante a Copa assistirão a uma campanha para incentivar o consumo de carne brasileira. Uma ação desse tipo realizada pela Apex, na Copa das Confederações, no ano passado, resultou em negócios anunciados de R$ 1,8 bilhão para vários setores. Com a campanha deste ano a meta é elevar as exportações de carnes em 12,5%, para US$ 18 bilhões.
Receita
Selo em falta
A Receita Federal não renovou um contrato com a Casa da Moeda para a produção de selos fiscais obrigatórios em cigarros e bebidas. O contrato venceu em dezembro do ano passado e alguns importadores estão preocupados com os estoques, que já estão chegando ao fim.
Notas
Os conselhos regionais de medicina voltaram a questionar na Justiça o programa Mais Médicos, do governo federal. Agora, os processos pedem o nome dos monitores e supervisores dos profissionais estrangeiros. O governo considera a ação política e já se prepara para defender os profissionais do programa de possíveis ações disciplinares nos conselhos.
Não são apenas os alimentos que devem pesar na inflação dos próximos meses. Parte do custo extra com as termelétricas no ano passado será cobrada já nas contas de maio. O IPCA de março, que veio acima do esperado, levou alguns economistas a revisar a projeção deste ano. O governo mantém o discurso otimista de que a inflação ficará abaixo de 6,5%.
Colaborou: Carolina Oms