19/10/2011 - 21:00
Segurança nuclear
O Tribunal de Contas da União (TCU) passou a lupa e descobriu um inusitado, e arriscado, caso de má gestão cambial. Administrado pela Eletrobras, o fundo de descomissionamento das usinas de Angra I e II – uma poupança criada para garantir a desativação segura das plantas nucleares – encolheu R$ 8,4 milhões em reservas, entre 2008 e 2010, por estar atrelado à variação do dólar. É uma perda acumulada de 7,53% do saldo, que somava R$ 102,6 milhões no final do ano passado. O TCU deu 120 dias à estatal para oferecer uma solução.
Tabaco
Deu fumo
A celeridade não é uma marca da Justiça brasileira. A Procuradoria-Geral da Fazenda conseguiu em 5 de outubro, após 11 anos, cancelar o registro da Indústria Comércio Rei, fabricante fluminense de cigarros. Apontada pela Receita como uma das maiores sonegadoras do setor, a empresa terá de quitar a dívida ou será fechada.
Tecnologia
Onda de incentivos
Além de estímulos à produção de carros elétricos, o governo estuda um pacote para incentivar a consolidação da indústria nacional de baterias de lítio. Com a cadeia produtiva local, a expectativa é de também nacionalizar a produção de baterias para itens de alta tecnologia, como tablets e celulares. Uma jazida do mineral no Ceará, em fase de mapeamento, garantiria a matéria-prima.
China
Desculpas, desculpas
Medidas de defesa comercial adotadas pelo Brasil nas últimas semanas serviram de pretexto para novos impasses com a China. Conhecida como Cosban, a comissão bilateral que discute interesses comerciais, cancelou a reunião de outubro, e não há previsão de novo encontro. Está parada, por exemplo, a negociação da entrada de carne suína brasileira no mercado chinês.
Comércio exterior
Ó, Canadá!
Apesar de antever dificuldades no comércio mundial, o governo brasileiro sonda novos parceiros com menor potencial de contendas na OMC. A bola da vez é o Canadá, com quem o Brasil mantém diálogo sobre um acordo de livre comércio. O governo iniciou uma consulta para averiguar quais setores são sensíveis a uma abertura.
Cena do Planalto
O perigo do contágio
Está se tornando rotina. A cada viagem, a presidente Dilma Rousseff volta mais convencida de que a crise internacional é grave e cobra de seus ministros austeridade e disciplina. Na segunda-feira 10, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou o recado. Disse estar “torcendo” para a crise europeia e americana não contagiar a China, maior parceira do Brasil.
Notas
Apesar da resistência e dos protestos de categorias de servidores federais, a contribuição individual ao sistema de previdência complementar, em discussão na Câmara dos Deputados, começa a ser definida. Cada servidor terá de desembolsar entre 13% e 15% do salário para se aposentar com valor acima do teto do INSS. À União, caberá um percentual patronal entre 7,5% e 9%.
Longe do papel de vice-presidente ilustrativo, Michel Temer terá orçamento reforçado em 2012 para cumprir as tarefas atribuídas a seu cargo. À frente do Plano Nacional de Fronteiras e de grupos de negociação com China e Rússia, a vice-presidência contará com R$ 8,7 milhões no ano que vem, 22,5% a mais que o previsto no orçamento atual.
Colaborou Cristiano Zaia