11/04/2014 - 21:00
Há dez anos, quando resolveu empreender, o empresário mineiro Gustavo Caetano queria trabalhar com games. Ele criou uma empresa que revendia jogos de celular para operadoras de telefonia. Observando o mercado, contudo, Caetano chegou à conclusão de que teria mais sucesso se desenvolvesse soluções de vídeos para empresas que não queriam usar o YouTube. Assim nasceu a Sambatech, que criou uma plataforma utilizada por clientes como as emisssoras de tevê Globo e SBT e o jornal esportivo Lance. O empresário agora prepara uma nova guinada na estratégia da Samba, como se refere à sua empresa. Ele não vai mudar de ramo, como fez da primeira vez. Sua área permanece a de vídeos.
Reforço: Sambatech, de Gustavo Caetano, comprou a Edools para complementar
sua oferta na área de ensino
Mas sua aposta passa a ser o ensino a distância, que já representa 30% de sua receita. Na semana passada, ele reforçou ainda mais essa vertente de negócios, ao anunciar a compra da startup carioca Edools, desenvolvedora de uma solução que permite a interação entre aluno e professor e até ajuda a escola a administrar o pagamento das mensalidades de seus estudantes. “Seremos como uma plataforma de comércio eletrônico para educação a distância”, diz Caetano. “O cliente só vai precisar preparar o conteúdo, que é sua especialidade.” A Sambatech ainda pode fazer mais uma aquisição na área. A companhia mineira está de olho em um mercado que cresce de forma acelerada no Brasil.
Nos últimos três anos, o número de instituições de ensino usando o método a distância como ferramenta para seus alunos dobrou de tamanho, passando de 128 para 252 instituições. “Hoje, o vídeo é fator central na educação”, diz Luciano Possani, diretor-executivo de tecnologia da rede de ensino Anhanguera. O caso da Anhanguera, que está em um complicado processo de fusão com a Kroton, é um dos exemplos dessa expansão. De seus 442 mil alunos, 150 mil têm aulas exclusivamente remotas. Os demais contam com parte de seus cursos por meio de vídeos. Segundo números da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed), 5,7 milhões de alunos fizeram cursos a distância em 2012 – dado mais recente. “O ensino a distância tem crescido no dobro da velocidade do presencial”, diz Luciano Sathler, diretor Abed.