Investir na bolsa de valores é para quem tem nervos de aço. Neste ano, o Ibovespa, o principal indicador da BM&FBovespa, se assemelha a uma montanha-russa: são poucas as ações que ficaram de fora, por exemplo, do rali eleitoral dos últimos meses. A Linx, desenvolvedora paulista de software para o varejo, é uma das exceções. Desde que abriu seu capital, em fevereiro do ano passado, os papéis da companhia mais do que dobraram de valor. O crescimento das vendas justifica em parte essa alta. De 2010 a 2012, a receita líquida saltou de R$ 129,5 milhões para R$ 231 milhões, crescimento de 78%.

No ano passado, a expansão foi mantida e a empresa faturou R$ 295,5 milhões, um aumento de 28% sobre 2012. A Linx, vencedora do ranking setorial desta edição de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET, conta com mais de 1,7 mil funcionários distribuídos na matriz, na capital paulista, escritórios em capitais como Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e em cidades do interior de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Sua carteira de clientes é composta de mais de 16 mil varejistas. A Linx detém, ainda, 32% do mercado de software para varejo, de acordo com a consultoria americana de tecnologia IDC.

Essa participação é maior do que a soma do segundo, terceiro, quarto e quinto competidores reunidos. E, agora, ela quer aumentar sua participação no nicho de micro e pequenas empresas. “Temos uma grande expectativa de atuar nesse mercado”, afirma o CEO da companhia, Alberto Menache, que começou sua carreira na Linx como estagiário, no início dos anos 1990. Em outubro, a empresa adquiriu a Big Sistemas, empresa especializada em softwares de gestão e automação para as farmácias, com sede em Bebedouro (SP), por R$ 28,5 milhões.

Para atingir esse novo público, a empresa formou uma joint venture com a empresa de transações eletrônicas Cielo. A ideia é aliar a famosa maquininha de cartão com um sistema de gestão no modelo de computação em nuvem. “A Linx tinha dificuldade de chegar à pequena empresa”, afirma Menache. “A capilaridade da Cielo vai resolver isso.” A união das duas empresas precisa ainda de aprovação dos órgãos reguladores. A expectativa é lançar a nova oferta de serviços no começo do ano que vem.

O BNDES aprovou, em outubro deste ano, a liberação de uma linha de crédito de R$ 102,8 milhões para a Linx, por meio do Programa para Desenvolvimento da Indústria de Software e Serviços de Tecnologia da Informação. A maior parte dos recursos será utilizada para financiar infraestrutura, treinamento, pesquisa e desenvolvimento, marketing e vendas. “O potencial do varejo brasileiro ainda é enorme”, afirma Menache. “Há muito pequeno empreendedor fazendo sua gestão no papel e caneta.”

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Confira o Especial: As Melhores do Middle Market 2014:

Ser educacional é a empresa do ano
Um olho na gestão, outro na qualidade
Como foram escolhidas as Melhores do Middle Market
O rei do chimarrão
Do campo à mesa
Com as peças no lugar
Colhendo na terra arrasada
Ovos de ouro
A todo gás
Lição de casa
Passos acelerados
Tempo de oportunidades
Tecnologia aplicada à construção
Infraestrutura em evolução
Uma força a mais
Focada no crescimento
Resultados a reboque
A química da inovação
Se descuidar da saúde
Sorriso em expansão
A Aviação voa mais alto
Família em festa
Reestrutar para crescer
Crescimento sob medida
Embalando resultados
Pista livre
Diversificar para sobreviver
Cartilha ambiental
A saída é pelo Nordeste
Um caminho próspero
Surfando no pré-sal
Pé no acelerador
Fórmula do crescimento
Água limpa e abundante