29/05/2015 - 18:54
Em 1996, o professor de banco de dados da PUC-Campinas, Israel Geraldi, convidou alguns de seus alunos para montar a Softway, uma desenvolvedora de softwares de comércio exterior. “Tínhamos o sonho de ser reconhecida como a melhor empresa de software para comércio exterior do mundo”, afirma Menotti Antonio Franceschini, de 36 anos, um dos primeiros estagiários recrutados por Geraldi e que se tornou seu sócio posteriormente. A empresa cresceu, desenvolveu outras soluções, mudou de nome para T.Global e começou a chamar a atenção de grandes companhias.
Tanto que, em 2013, foi comprada pela Thomson Reuters, por um valor não revelado. Essa aquisição está fazendo com que o software brasileiro de comércio exterior ganhe literalmente o mundo. “Temos agora estrutura para realizar o sonho de Geraldi”, diz Franceschini, que passou a comandar a área de comércio exterior no Brasil da Thomson Reuters. Desde então, o programa foi rebatizado e passou a fazer parte da plataforma Onesource Global Trade. Com isso, começou a ser oferecido para empresas da Argentina, México, Chile, Peru, China e Índia – os dois últimos países, a partir do mês passado. O plano é lançar, ainda neste ano, versões para o Japão, Coreia do Sul, EUA, Cingapura e Tailândia.
O ponto nevrálgico dessa expansão ainda é Campinas, onde fica a sede do desenvolvimento dos programas de comércio internacional da Thomson Reuters. “A chave do crescimento do comércio exterior é a criação de uma única e pioneira solução efetivamente global”, afirma Franceschini. A compra da T.Global foi estratégica para a Reuters, sinônimo de informações para a maioria das pessoas graças a sua agência de notícias. Em termos de receita, no entanto, o departamento de mídia representa apenas 2% do faturamento de US$ 12,6 bilhões registrado no ano passado. O grosso das vendas da empresa vem de serviços dos segmentos jurídico, financeiro, propriedade intelectual e tributário.