21/04/2016 - 17:00
A revolução trazida pela internet para o comércio de veículos ainda não terminou. Há mais mudanças a caminho, construídas a partir das informações fornecidas pelos interessados em comprar automóveis. “As pesquisas realizadas pelos consumidores fornecem informações precisas sobre as tendências do mercado”, diz Rodrigo Borer, novo CEO do portal automotivo Webmotors, controlado pelo banco Santander. “Esses dados oferecem inteligência às montadoras.”
Segundo Borer, cerca de dez milhões de usuários acessam o Webmotors todos os meses. Nessa multidão de interessados, diz ele, é possível identificar qual a marca, o modelo e o ano do veículo desejado, com a precisão geográfica de um quarteirão. “É uma ferramenta mais acurada do que as pesquisas tradicionais, que são realizadas consultando algumas centenas de pessoas.” Os nomes são protegidos por contratos de confidencialidade, mas Borer garante que “todas” as montadoras estão interessadas em saber como está a preferência por seus carros – e pelos da concorrência.
Criado em 1997, o Webmotors foi um dos primeiros sites dedicados à venda de automóveis. Comprado pelo Santander há dez anos, em 2013 a australiana CarSales adquiriu 30% das ações. “Eles aportaram capital e tecnologia, e aprimoraram a governança”, diz Conrado Engel, vice-presidente do Santander. Os planos do banco espanhol incluem agregar uma ferramenta que facilite a concessão de financiamentos automotivos automaticamente a quem procura carros, projeto ainda sem data. Ex-CEO do Buscapé, Borer foi trazido para o portal para acelerar as vendas, facilitando a integração com o varejo.
Um dos movimentos foi a aquisição, no início de abril, de sete portais de venda de veículos dedicados a cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por um valor não revelado. “Esses sites têm uma clientela muito regional”, diz Borer. Além da receita com a publicidade, o portal pretende vender serviços de relacionamento com o cliente para as concessionárias e as revendas de veículos. O Webmotors não divulga os números, mas as vendas em 2015 foram de cerca de R$ 150 milhões e a meta é manter essa cifra crescendo ao redor de 10% todos os anos. “O mercado de revenda de veículos ainda tem muito espaço para consolidação.”