Desde o início da década, o grupo de supermercados Super Nosso abriu a cada ano três lojas de suas bandeiras Super Nosso, voltada à classe AB, e Apoio Mineiro, um atacarejo destinado ao consumo emergente, na região metropolitana de Belo Horizonte. Com essa expansão, viu suas vendas crescerem à média anual de 25%, fechando 2013 em R$ 1,4 bilhão. Agora, o controlador e CEO do Super Nosso, Euler Fuad Nejm, pretende repetir a dose, como forma de viabilizar a meta de atingir a marca de R$ 2 bilhões.

Para isso, está de olho no potencial de mercado muito além da serra do Espinhaço, a cadeia de montanhas que cerca a capital de Minas Gerais. Antes de colocar o plano em ação, porém, o empresário vem se dedicando a arrumar a casa. As ações incluem investimentos de R$ 70 milhões em um centro industrial, além da melhoria da infraestrutura de distribuição. “Isso nos permitirá acelerar a abertura de lojas a partir de 2015”, afirma Nejm. O objetivo definido é abrir pelo menos cinco lojas por ano, investindo cerca de R$ 10 milhões em cada uma delas, sempre de olho nas duas pontas da pirâmide de consumo.

Desse montante, R$ 25 milhões foram gastos na Central Industrial, que será inaugurada no segundo semestre, em Contagem, nas cercanias de Belo Horizonte. Com isso, será possível otimizar os serviços, antes espalhados por cada unidade da rede de supermercados. No local funcionará a padaria central do grupo, junto com o açougue e o setor de processamento de embutidos. “Isso vai permitir abrir lojas menores e melhorar a margem de ganho do negócio”, diz Nejm. A previsão é ampliar a rentabilidade em 5%.

Outra vantagem apontada pelo empresário é a redução do número de funcionários necessários para tocar a operação, já que o setor enfrenta dificuldades para encontrar profissionais especializados, como açougueiros e padeiros. Com foco nas classes AB, a bandeira Super Nosso tem como um dos seus principais atrativos esses departamentos. Já o Centro de Distribuição do grupo terá sua capacidade ampliada em cerca de 50% com os aportes programados para este ano. O impacto deve ser direto na bandeira de atacarejo, o Apoio Mineiro, que atualmente responde por 45% do faturamento do grupo.

Para Nejm, cortejar tanto a base quanto o topo da pirâmide garante ao grupo um diferencial competitivo em um mercado extremamente pulverizado, mas no qual as cinco maiores redes dominam 51% do setor. Com os novos formatos ele também espera se transformar em uma opção de compras para consumidores além da região metropolitana de Belo Horizonte. Na rota de expansão estão cidades como Uberlândia, Juiz de Fora e Governador Valadares. “Ainda tem muito espaço para crescer no nosso quintal antes de partir para outros Estados”, afirma.