12/07/2013 - 21:00
Mais que torcer pelo Santos Futebol Clube, os fãs do futebol dos Meninos da Vila poderão, a partir de outubro, comprar equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos, passagens aéreas e uma infinidade de produtos e serviços vendidos na loja virtual do clube. Não, o Santos não desistiu do esporte bretão e resolveu partir para o e-commerce, concorrendo com potências como a B2W e outras do gênero. Na verdade, essas lojas vão ser as parceiras do clube, fornecendo as mercadorias que serão comercializadas no seu site. O shopping online é uma parte importante da estratégia da diretoria santista para atrair e fidelizar ainda mais seus torcedores.
Vasconcelos, diretor da CSU MarketSystem: ele está de olho
em um mercado que movimenta R$ 5 bilhões
Quem está por trás do projeto é a CSU MarketSystem, divisão especializada em gestão de programas de fidelidade e relacionamento com os consumidores da CSU CardSystem, que atua no segmento de meios eletrônicos de pagamento e cuja receita atingiu R$ 405,7 milhões em 2012. A empresa é a responsável pela administração do projeto Sócio Rei, do Santos. Sua carteira de clientes também inclui a Porto Seguro e bancos como o Banrisul e o Banpará. “Será uma oportunidade para o clube aproximar sua marca do torcedor consumidor e ainda conhecê-lo melhor”, afirma Danilo Vasconcelos, diretor da CSU MarketSystem. Mas o que o Santos ganha nessa história? De acordo com o contrato, o clube terá direito a uma porcentagem das vendas.
Como nem o clube nem a gestora são especialistas em varejo, as ofertas apresentadas no site serão comercializadas por intermédio de parceiros como as lojas virtuais do Magazine Luiza, do Ponto Frio, do Extra e da Casas Bahia. Todos eles estão de olho nos R$ 5 bilhões movimentados em produtos e serviços pelos usuários dos programas de recompensa. Além desses quatro clientes, a CSU negocia a adesão de outras 70 empresas. “Como temos o potencial de atingir um público elevado, conseguimos negociar bons preços para os artigos ofertados no site do Santos”, diz. O clube tem 6,5 milhões de torcedores no Brasil, segundo pesquisa feita pelas consultorias Pluri e Stochos, especializadas em esportes e sediadas em Curitiba e São Paulo, respectivamente.
No entanto, apenas 52 mil participam ativamente do Sócio Rei. A loja virtual do Santos é um dos mais vistosos projetos desenvolvidos a partir da plataforma Opte+, da CSU MarketSystem, lançada no começo deste ano. A tecnologia permite não só a criação de lojas corporativas customizadas como também uma melhoria nos sistemas de gestão de premiação já existentes. O objetivo da empresa é criar um ambiente virtual mais sofisticado, que possibilite ao consumidor trocar seus pontos por itens, além de passagens aéreas, e, se for o caso, completar uma parte em dinheiro para receber o prêmio desejado. “Estamos aproximando os pontos do valor financeiro que eles têm”, afirma Vasconcelos.
Um diferencial da Opte+ é a possibilidade de integração da loja do cliente com as redes sociais. A ideia é estimular o usuário a “dar likes” e dividir com os amigos as promoções apresentadas pelo site de vendas em troca de pontos adicionais. “Conseguimos monitorar até se o compartilhamento gerou alguma compra”, diz. A empresa especializada em meios de pagamento tem um plano mais ambicioso para seus parceiros. À medida que novos contratos forem fechados, a expectativa é integrar todos os programas, já que a CSU está empenhada em atrair para sua rede grandes varejistas de atuação nacional que ainda não oferecem serviços de recompensa.
O lançamento da plataforma da CSU também acompanha a evolução desse mercado. Foi-se o tempo em que os consumidores se contentavam apenas em trocar seus pontos por passagens aéreas. Até porque o setor já conta com jogadores do porte da Smiles, controlada pela Gol Linhas Aéreas, e do Km de Vantagens, dos postos Ipiranga. O Opte+ também conta com ferramentas que fazem uma varredura em sua rede de parceiros, buscando os produtos com melhor preço. A experiência mostra que a variação, no caso dos eletrônicos, pode chegar a 50%.
Segundo estimativa do Comitê de Loyalty e Fidelização, da Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd), o mercado de programas de fidelidade deverá seguir trajetória idêntica à verificada nos Estados Unidos. Lá, os dois bilhões de cartões movimentam R$ 100 milhões por ano. Naquele país são nada menos que 18 cartões diferentes, em média, por cada domicílio. A expectativa de Vasconcelos, da CSU, é que o mercado brasileiro possa evoluir para um nível de competitividade similar. “Esperamos que ocorra uma grande disputa por clientes entre as empresas”, diz. “Atualmente, os competidores buscam a adesão das pessoas que ainda não participam de um clube da fidelidade.”
Colaborou: Carlos Eduardo Valim