19/09/2012 - 21:00
Os esforços do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) foram infrutíferos. Na sexta-feira 14, o Banco Central (BC) liquidou o Banco Cruzeiro do Sul, presidido por Luiz Octavio Indio da Costa e sob intervenção desde 4 de julho. A lâmina golpeou também o Banco Prosper, comprado pelo Cruzeiro do Sul no fim do ano passado. Nenhuma das duas condições necessárias para a sobrevivência do banco foi aceita. Não apareceu um comprador disposto a injetar R$ 700 milhões no banco – as negociações com o Santander fracassaram – e os credores dos R$ 3,73 bilhões devidos pelo Cruzeiro do Sul no Brasil e no exterior não aceitaram um desconto de 50% em seus direitos.
Luiz Octavio Indio da Costa: sem comprador nem acordo com os credores
A decisão não foi uma surpresa. “Será difícil aparecer um comprador, a situação do banco é muito delicada”, havia dito Alfredo Setubal, vice-presidente do Itaú, um mês antes da liquidação. Agora, os credores e acionistas terão de cobrar judicialmente o que têm a receber. Isso interessa aos investidores nos fundos que têm recebíveis do banco. Segundo Marco Antonio Valim, sócio da gestora Petra Capital, apesar de os fundos serem entidades jurídicas independentes, os recebíveis do banco ou de empresas ligadas entram na liquidação.
A quebra terá pouco impacto. “As perdas já foram contabilizadas no momento da intervenção”, diz Erivelto Rodrigues, da consultoria Austin Asis. O banco ocupava, antes da intervenção, o 27º lugar entre as instituições financeiras e o Prosper o 102º lugar. Somados, os dois possuíam apenas 0,2% do mercado. A decisão torna mais claro que os empréstimos consignados passaram ao domínio dos bancos grandes. “Não há mais espaço nesse mercado para instituições pequenas”, diz Rodrigues.