A 27a edição da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27), no Egito, traz mais um alerta aos líderes mundiais: os próximos oito anos devem ser os mais quentes já registrados na história.

Os dados foram apresentados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão da ONU, durante a abertura do evento. De acordo com o documento, a taxa de aumento do nível do mar dobrou desde 1993 e aumentou quase 10mm desde janeiro de 2020 para um novo recorde este ano.

“As ondas de calor extremo, secas e inundações devastadoras afetaram milhões e custaram bilhões este ano”, afirma-se no texto. Durante 2022, foram vários os sinais de que a temperatura elevada está levando a mudanças de paisagens. Os Alpes europeus tiveram derretimento recorde; a Groenlândia perdeu massa pelo 26º ano consecutivo e choveu (em vez de nevar) pela primeira vez em setembro.

Além disso, secas na China e na Europa mostraram tesouros submersos sob águas de rios, como estátuas de Buda no chinês Yangtze e de navios da década de 1940, no Danúbio.

No Paquistão aconteceu o inverso com uma enchente que matou mais de 1,7 mil pessoas. Diante de um cenário tão devastador, restou ao presidente da COP-27, Sameh Shoukry, perguntar: “De quantos alertas os líderes ainda precisam?”

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1299 da Revista Dinheiro)