O que esperar da companhia, agora que ela ficará livre da obrigação de pagar juros ao BNDES?
Nos últimos três anos, tínhamos uma obrigação grande com o BNDES, de R$ 350 milhões de juros. Mesmo assim, conseguimos ter fluxo de caixa positivo no mesmo período. Conseguimos ser conservadores para organizar a casa. Serviu, também, para esperar a crise passar. O novo orçamento está se desenhando. Somos a empresa brasileira mais presente na Ásia, com o maior investimento na China. A empresa é líder em food service e vai manter essa estratégia de crescimento, sempre com foco na qualidade e na inovação. Este ano, por exemplo, a Keystone, que inventou o hambúrguer e os nuggets, lançou 42 novos produtos nos EUA.

A Keystone vai abrir o capital na bolsa de valores?
Com o plano do JBS de abrir o capital de sua subsidiária nos EUA, um jornalista nos perguntou se tínhamos a mesma estratégia. Hoje, a Keystone é uma empresa que cresce muito e está maior do que a operação brasileira. O Miron (Eduardo Miron, vice-presidente financeiro) disse que poderia analisar essa possibilidade no futuro. Da minha parte, digo que não decidimos nem optamos por nada. Não dá para tomar uma decisão como essa sem entender muito bem como ficará a ação da controladora no Brasil e da subsidiária.

O que mudou entre o Molina, presidente executivo, para o Molina, presidente do conselho?
Antes eu era cobrado por resultados, agora sou eu que cobro (risos). Mas não mudou nada. A responsabilidade é a mesma, porque o nome da empresa está diretamente ligado ao controlador, para clientes, para parceiros e para acionistas. Mas, com a nova norma do mercado de capitais, optei pelo conselho para decidir a estratégia e cobrar os executivos.

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Confira a matéria “Marfrig: uma mudança sob o olhar do dono