Nos últimos seis meses, o empresário carioca José Manoel Pombo, dono da DBTrans, tem dividido o expediente na sede da companhia, no centro do Rio de Janeiro, com uma maratona de reuniões em São Paulo. Segundo seus cálculos, ele tem vindo à capital paulista pelo menos três dias por semana. Essa rotina fez dos hotéis praticamente uma extensão de seu escritório. O ritmo frenético faz parte do início da operação da companhia nos pedágios de São Paulo, a partir de 28 de janeiro, um passo que deverá aumentar sua clientela dos atuais 100 mil veículos, para 500 mil, em 12 meses. A DBTrans tem atualmente três diferentes sistemas de pagamento automático: Auto Expresso, Rodocred e Vale Pedágio. 

 

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Praças paulistas: São Paulo responde por metade do movimento dos pedágios de todo o Brasil

 

Eles só estavam disponíveis nos Estados do Rio de Janeiro, de Santa Catarina, de Minas Gerais, do Paraná e do Rio Grande do Sul. “As estradas paulistas respondem por metade do movimento geral das praças de pedágio de todo o Brasil”, afirma Pombo. Até então, o único serviço disponível, em São Paulo, era o Sem Parar, do grupo STP, que tem entre seus acionistas a OHL, a CCR e a EcoRodovias. Juntas elas controlam oito das 19 concessionárias de rodovias de São Paulo. “Demoramos cinco anos para quebrar esse monopólio”, afirma Pombo. A autorização da Agência de Transporte do Estado de São Paulo foi concedida no início de 2011. 

 

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Pombo, da DBTrans: ”Demoramos cinco anos para conseguir

quebrar o monopóio, em São Paulo”

 

A previsão era que as operações da DBTrans começassem em setembro de 2012. As negociações com as concessionárias, no entanto, foram mais burocráticas do que o esperado. “É difícil chegar a uma fórmula que agrade a 19 empresas”, afirma Wagner Muradian, diretor-executivo do Auto Expresso, serviço que dá passagem livre nas praças de pedágio. Além da DBTrans, a partir de março, a ConectCar, joint venture entre os grupos Odebrecht e Ultra, também entrará na disputa pelo mercado paulista. O Sem Parar, que atende a cerca de 2,5 milhões de veículos, já se mexeu para enfrentar os competidores. Em junho de 2012, extinguiu a taxa de adesão e reduziu a mensalidade de R$ 11,9 para R$ 8.

 

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