Ogolfe e as armas são duas paixões do empresário paulista Wagner Martins. Ambos os passatempos se transformaram em negócios para ele. À frente de uma das maiores empresas brasileiras de segurança privada, a Embrase, Martins está perto de alcançar seu maior troféu: o primeiro bilhão em faturamento. No ano passado, a receita da companhia superou R$ 800 milhões, impulsionada pela disparada da criminalidade por aqui. Segundo o relatório do Índice de Progresso Social, o Brasil foi considerado o 11º país mais inseguro de todo o mundo.

“Crises aumentam o sentimento de insegurança, o que nos permite expandir os negócios”, diz. Além dos ganhos com o clima de medo, a Embrase também se blindou contra a crise econômica. Desde o início das operações, em 1985, a empresa não presta serviços para órgãos públicos. “Não queremos depender de governos para crescer”, diz Martins. Por conta da estratégia, a Embrase não cogita desligar nenhum dos seus 16,5 mil colaboradores, cenário diferente do visto por aqueles que dependem do setor público.

“Quando o governo anuncia cortes de 20%, significa que podemos estar no meio disso”, diz João Palhuca, vice-presidente da Fenavist, federação que representa o setor. Na contramão do pessimismo generalizado na economia brasileira, a Embrase investirá R$ 300 milhões neste ano para importar tecnologias, especialmente dos Estados Unidos e Japão, como câmeras especiais e novos armamentos. Outro campo que Martins não deixará de investir é o do golfe, esporte que pratica três vezes por semana.

A companhia atua como patrocinadora dos principais eventos amadores da categoria, e vincula sua marca a uma das modalidades esportivas mais elitistas. “Graças às amizades feitas no golfe, fecho vários contratos após os jogos”. Para provar que não existe nenhuma preocupação com crise, a Embrase manterá os patrocínios a outros esportes de elite, como o automobilismo e o hipismo. Desta forma, depois das disputas nas pistas e nos campos, Martins buscará ampliar ainda mais a sua carteira de clientes. “Pode apostar. Vamos alcançar nosso primeiro bilhão”, garante Martins.