24/10/2012 - 2:00
A frase definitiva sobre a saída de Vikram Pandit, presidente mundial do Citigroup, que deixou o cargo na terça-feira 16, veio do analista americano Joshua Rosner. “Essa demissão poderia – e deveria – ter ocorrido há três anos”, disse. Pandit completaria cinco anos no cargo em dezembro. Sua permanência à frente do banco coincidiu com o pior momento das finanças internacionais. Apesar de ter conduzido o Citi pelas águas mais turbulentas da crise, Pandit foi criticado por ter sido pouco firme e pouco transparente. Seu sucessor, Michael Corbat, é um veterano do banco. Antes da presidência, ele era responsável pelas operações na Europa, no Oriente Médio e na África.
Queda livre: Medidas de ajuste e emissão de ações derrubaram as cotações
do Citigroup em Wall Street (em dólares)
No passado, chegou a comandar a Citi Holdings, empresa que concentrava os empréstimos ruins e as unidades do banco que davam prejuízo. Ao assumir esse cargo, Corbat tinha a ingrata tarefa de vender ativos financeiros estimados em US$ 573 bilhões – aproximadamente a soma do Bradesco com o Santander no Brasil. Dois anos depois, Corbat havia conseguido passar adiante 61% desse total. Ele se desfez de atividades deficitárias, como a unidade de empréstimos automotivos, e também vendeu as ações remanescentes da seguradora Primerica, que havia sido fundida ao Citi, em 1998, para a formação do Citigroup. Também logrou melhorar a rentabilidade de negócios saudáveis do Citi.
Michael Corbat: novo presidente é experiente em vender ativos
Segundo analistas, uma das possibilidades para o banco é vender participações de suas unidades mais rentáveis fora dos Estados Unidos, na esperança de que a valorização dessas operações melhore as cotações em casa, que desabaram a uma fração de seu preço antes da crise. Em uma teleconferência com analistas na quarta-feira 17, Corbat foi interrogado sobre essa possibilidade. “Vamos ver o que os números dizem”, declarou o executivo. A hipótese de abrir o capital do Citi por aqui está longe de ser absurda. Foi uma hipótese considerada com carinho antes da crise internacional e durante o momento de respiro do mercado em 2010. Procurado, o banco não comentou o assunto. “O Citi no Brasil continua com sua estratégia de negócio, alinhado com as diretrizes globais”, informou, em comunicado, Hélio Magalhães, presidente do banco.
Fonte: Economática