16/10/2015 - 20:00
A divulgação dos resultados da Natura, marcada para a quarta-feira 21, deverá inaugurar a safra de balanços do terceiro trimestre nas companhias abertas. Como é de praxe, os analistas já lançaram seus prognósticos para os resultados que deverão ser publicados ao longo dos próximos dias. Uma pesquisa da UM Investimentos que consolidou as projeções indica um cenário pouco animador. Uma média de 95 empresas mostra que os profissionais do mercado esperam um crescimento de 5,9% nas receitas em relação ao mesmo período de 2014. Pelas contas dos analistas, o maior crescimento será da Cielo, presidida por Rômulo Dias. A média das expectativas indica um faturamento de R$ 3,38 bilhões no terceiro trimestre, alta de 74,4% ante o mesmo período de 2014.
Transporte
Céus abertos para a Embraer
A Embraer entregou 30 jatos nos últimos três meses, o dobro do terceiro trimestre de 2014. No ano, o total de entregas foi de 75 aeronaves, 17% mais que no ano passado. E isso deve continuar. Segundo Paulo César Silva, CEO da Embraer Aviação Comercial, a expectativa é que o mercado europeu demande 1.540 aviões de 70 a 130 lugares nos próximos 20 anos, um negócio de US$ 72 bilhões. Nos Estados Unidos, a empresa já vendeu 275 jatos de até 76 lugares, e boa parte da frota terá de ser renovada até 2034. No ano, as ações avançam 3,2% até a quinta-feira 14.
Touro x Urso
Depois de nove pregões consecutivos em alta, o Índice Bovespa iniciou a semana em um movimento de queda que começou como uma realização natural de lucros, mas prosseguiu devido à deterioração das perspectivas internacionais. A divulgação do Livro Bege, que mostra os prognósticos para a economia americana, mostrou uma expansão moderada, incapaz de justificar uma alta dos juros, mas igualmente ruim para os números das empresas. A incerteza política contribuiu para a volatilidade, e o movimento também foi agitado por fatores técnicos, o vencimento das opções sobre Ibovespa e dos contratos de índice futuro. No ano, até a quarta-feira 14, a queda acumulada do índice foi de 6,6%. Em 12 meses, a baixa acumulada é de 19,5%.
Destaque no pregão
A solidez dos bancos
Um estudo do Deutsche Bank obtido com exclusividade por DINHEIRO mostra o impacto da crise internacional e do rebaixamento da classificação de risco brasileira sobre os bancos. Os prognósticos do estudo são de uma queda nas receitas ao longo do quarto trimestre deste ano e de 2016 como um todo, devido à desaceleração da economia, com impactos mais fortes sobre o Banco do Brasil e sobre o Santander. Mesmo assim, os analistas do Deutsche esperam que o faturamento do banco espanhol, presidido por Jesús Zabalza, cresça 5% em 2015.
Palavra do analista:
Segundo Tito Labarta, analista do Deutsche Bank em Nova York, apesar do potencial de queda das receitas, os bancos brasileiros, especialmente Bradesco e Itaú Unibanco, estão baratos em comparação com seus concorrentes da América Latina.
Varejo
Pão de Açúcar cresce menos
O Grupo Pão de Açúcar divulgou, na terça-feira 13, um crescimento de 2,7% nas vendas líquidas no conceito mesmas lojas. As vendas de alimentos cresceram 7,3%, para R$ 8,85 bilhões, e as outras vendas recuaram 2,4% para R$ 7,2 bilhões. Com isso, as ações recuaram 7,36% na terça-feira, a maior baixa diária em quatro anos. Segundo Lenon Borges, da corretora Ativa, os segmentos dependentes de crédito e renda deverão continuar mostrando resultados fracos, algo confirmado pla queda de 22,7% nas vendas de Via Varejo. Ele recomenda manter as ações.
Mercado em números
CETIP
US$ 21,4 bilhões - É o volume de contratos para compra de dólar no mercado a termo registrados em setembro pela empresa de liquidação de pagamentos, uma alta de 26% em relação ao mesmo período de 2014
BROOKFIELD
US$ 200 milhões – Foi o total investido pela empresa na Prumo Logística Participações, por meio da compra de notas promissórias vincendas entre 2016 e 2022
OI
US$ 0,69 - Foi o fechamento dos ADRs da empresa na Bolsa de Nova York na terça-feira 13. A Oi foi notificada pela Bolsa de que tem seis meses para fazer as cotações subirem acima de US$ 1
PARANÁ BANCO
2,71 milhões – É a quantidade de ações preferenciais que serão recompradas pela instituição financeira. O banco já adquiriu e cancelou 2,14 milhões de ações entre março e setembro