20/12/2013 - 21:00
Estímulo fiscal
Embora seja ano eleitoral, o governo fechou de vez o saco de bondades para 2014. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que não haverá novas desonerações e que a economia agora entra no movimento oposto, de reversão dos estímulos fiscais concedidos nos últimos anos – ou seja, trata-se do outro lado da política contracíclica. O crescimento da economia brasileira vai depender do cenário externo, mas o ministro garante que será maior do que neste ano. O governo desistiu inclusive da mudança do indexador da dívida dos Estados e municípios. O projeto, que está tramitando no Congresso, deve ficar por lá.
Logística
Custo menor
A privatização dos aeroportos já começou a produzir os primeiros resultados sobre os custos de logística das empresas. No aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), o custo de liberação de mercadorias, incluindo tempo de espera e burocracia, já caiu em um terço. Mas algumas empresas tiveram ganho ainda maior. A Embraer, por exemplo, reduziu o seu prazo de 23 horas para 8 horas, o dobro da média observada no terminal.
Pagamento
Na última hora
Além das receitas extraordinárias de novembro, o governo vem utilizando outro instrumento para encorpar o superávit primário: o adiamento da liberação do pagamento de várias obras, inclusive do PAC. Levantamento da ONG Contas Abertas mostra que, dos R$ 3,3 bilhões pagos em novembro, R$ 1,3 bilhão foi liberado nos últimos três dias do mês. Com isso, a contabilização do pagamento ficou para dezembro.
Balança comercial
Ajuda petroleira
A balança comercial brasileira terá este ano o menor superávit desde 2000, de apenas US$ 700 milhões. Já em 2014, a Associação Brasileira de Comércio Exterior projeta um saldo positivo de US$ 7,2 bilhões, com queda de 0,4% nas exportações e de 3,1% nas importações. O que vai ajudar é o comércio de petróleo, com alta das exportações do combustível de 50% e, das importações, de 10%.
Receita
Sem previsão
O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, não quis se comprometer com uma previsão de arrecadação decorrente do parcelamento de tributos atrasados, de contribuintes que entraram no Refis, ou mesmo estimar quantas empresas podem aderir ao programa, que vai até o dia 31 de dezembro. “Só sabemos que ficará entre 0% e 100% de adesão”, disse Barreto, em tom de brincadeira.
Agricultura
Armazéns atrasados
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) está preocupada com os atrasos nas construções de armazéns. No Plano Safra, o governo anunciou um programa de R$ 25 bilhões pelos próximos cinco anos. A presidente da CNA, Kátia Abreu, reclama que há “uma enorme dificuldade” para obter o licenciamento ambiental estadual. Sem esse aval, os bancos não liberam o dinheiro.
Notas
A presidenta Dilma Rousseff deve passar o Ano Novo na Bahia, mas os ministros ainda não estão de folga. Na segunda-feira 23, antevéspera de Natal, com a presidenta em Brasília, eles sabem que devem ficar por perto porque podem ser convocados. Descanso, mesmo, só quando a presidenta viajar.
O governo comemora os bons resultados na atração de investimento estrangeiro direto em novembro. Mas economistas que participaram de reuniões com a equipe econômica reclamam de falta de clareza para convencer o mercado que as contas públicas, a balança e a inflação estão sob controle.