Por que a Abifer decidiu apoiar o movimento do impeachment?
Chegamos numa situação econômica, política e ética no País em que é preciso dar um basta. O movimento pró-impeachment vem ao encontro dessa situação. Tem que ter um ponto de corte para que possamos retomar o crescimento. Se as coisas continuarem como estão, a previsão de PIB para 2017 é muito ruim. Vamos perder o País.

Se houver o impeachment, o choque de expectativas na economia pode ser igual ao que ocorreu na Argentina, com a eleição de Mauricio Macri?
Sim, haverá um impacto positivo inicial. Porém, creio que para obter o mesmo efeito do Macri seria necessário haver uma nova eleição no Brasil, o que só deve acontecer em 2018.

Qual deve ser a medida prioritária de um provável governo Temer?
Passa pelo equacionamento da dívida pública e, para isso, ele tem que fazer um plano para cortar despesas. É o que o governo atual sinalizou, mas infelizmente fez um ajuste fiscal parcial e na hora de cortar despesa foram míseros R$ 21 bilhões. Se conseguir melhorar a dívida pública e dar credibilidade ao governo, naturalmente vai acertar os outros pontos, como viabilizar o investimento e esquecer o consumo. A infraestrutura, em geral, melhora o País e reanima o PIB.

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