04/12/2015 - 20:00
O governo chinês aguardava por esse momento há tempos. Na segunda-feira 30, o Fundo Monetário Internacional (FMI), liderado por Christine Lagarde, decidiu incluir o renminbi nas reservas do fundo, o chamado Direitos Especiais de Saque (SDR). A partir de outubro de 2016, a moeda chinesa – mais conhecida por sua unidade, o yuan – terá a terceira maior representação na reserva e ficará lado a lado de gigantes cambiais como o dólar, o euro, a libra esterlina e o iene. Lagarde descreveu a decisão como um “marco histórico” em uma jornada que, segundo ela, incluirá outras reformas, inclusive na instituição.
“O aprofundamento destes esforços proporcionará um sistema monetário internacional mais robusto, que apoiará o crescimento da China e da economia global”, disse a líder. As razões por trás da decisão, porém, vão além do aspecto político. Ao dar esse voto de confiança ao governo chinês, o FMI espera conter a forte participação do Banco Central Chinês (BCP) no câmbio. Um dos principais critérios para que uma moeda seja incluída na cesta do fundo é de que ela seja “livremente conversível”, ou seja, que flutue segundo a oferta e a demanda.
Em agosto, o BCP assustou os mercados ao forçar uma desvalorização de 2% do yuan, o que provocou vendas maciças e obrigou a autoridade monetária a agir para evitar uma fuga de capitais. Com a inclusão da moeda na SDR, casos como esse tendem a ficar mais raros, espera o FMI. Segundo o diretor do BRICLab na Universidade Columbia, Marcos Troyjo, a medida reconhece o potencial financeiro da China, que já empresta dinheiro para diversos países, como Argentina e Venezuela. “A China já é uma gigante econômica. É natural que sejam criados mecanismos financeiros como a inclusão de sua moeda nas reservas do FMI”, diz.