09/01/2013 - 21:00
Eles são práticos, leves e bons para uma ampla gama de atividades, como navegar na web, ler livros e ver filmes. Com tantos atrativos, os tablets caíram no gosto popular e se tornaram um dos destaques da indústria de eletroeletrônicos no ano passado no Brasil. Mas, se depender do desejo dos consumidores, esse segmento tem tudo para brilhar ainda mais em 2013. Uma pesquisa do Instituto Data Popular registra que 13 milhões de brasileiros pretendem comprar tablets neste ano. Trata-se, é bom frisar, apenas de intenção declarada. Ainda assim, salta aos olhos o grande interesse em torno do equipamento, o que deve resultar num aumento considerável nas vendas.
Como comparação, em 2012 foram vendidos pouco menos de três milhões desses aparelhos no País, segundo a consultoria IDC. “Os tablets se consolidaram no topo da lista de desejos dos consumidores brasileiros e seguem com um crescimento contínuo”, diz Attila Belavary, analista de mercado do IDC. A ascensão dos tablets (e também dos smartphones) faz parte da tendência de expansão no número de dispositivos conectados à internet no mundo. Assim, num futuro bem próximo, quase todos os dispositivos em nossas casas, da televisão à geladeira, se tornarão inteligentes. Isso significa que, conforme já disse Eric Schmidt, presidente do conselho do Google, os smartphones e tablets serão o controle remoto dos outros aparelhos em casa, que estarão todos interligados.
“Queremos ser capazes de entrar em casa e ver todos os aparelhos se ajustarem”, diz. Essa tendência é confirmada por uma pesquisa desenvolvida pela consultoria Frost & Sullivan. De acordo com o trabalho, em 2020 o mundo terá 80 bilhões de aparelhos conectados, ante os cerca de dez bilhões atuais. Trata-se de uma revolução, batizada de era da internet das coisas. E se você pensa que tudo isso é apenas um exercício de futurologia, saiba que essa nova realidade já começa a tomar forma. Já existem no Exterior, por exemplo, modelos de geladeiras e máquinas de lavar equipadas com o sistema Android, do Google. É o caso do refrigerador RF4289, da Samsung, que custa US$ 3.699 nos EUA.
Versáteis: a Sony, de Jorge Aguiar, aposta nas múltiplas utilidades
dos smartphones, que podem até ser à prova d’água
O produto, que vem com uma espécie de tablet colado à porta, permite ver receitas e postar no Twitter. A rival LG, por sua vez, pretende lançar neste mês durante a CES, feira de eletrônicos de consumo do mundo realizada em Las Vegas, nos EUA, a próxima geração de dispositivos domésticos inteligentes. Entre as novidades está uma geladeira que providencia automaticamente a reposição de um item que esteja acabando. Embora os aparelhos inteligentes ainda não tenham feito muito sucesso, é provável que, com o barateamento da tecnologia, mais opções surjam. A Brastemp é uma das empresas que querem acelerar essa tendência. A empresa do grupo americano Whirlpool vende a Inverse Maxi BRV80, que conta com uma central inteligente com interface sensível ao toque.
Antes de guardar qualquer produto na geladeira, o dono informa a validade dos itens. Quando o vencimento estiver próximo, a central avisa. Preço? Nada módicos R$ 5.999. Como se vê, o preço é ainda salgado. A tendência, no entanto, é a queda no valor, assim como aconteceu com smartphones e tablets. Hoje, celulares inteligentes à prova d’água , como o Xperia Go, da Sony, são comercializados por menos de R$ 1 mil. “De agora em diante a indústria precisará oferecer cada vez mais por menos”, diz Jorge Aguiar, presidente da Sony na América Latina. A lógica, portanto, é de redução gradual nos preços. Já a velocidade com que isso vai acontecer nos produtos de linha branca conectados dependerá sobretudo do interesse – ou não – dos consumidores brasileiros por essas novidades em 2013.