07/02/2014 - 21:00
Cade
A proposta do conselheiro relator Alessandro Octaviani de aplicar multas que somam R$ 3,1 bilhões causou mais estupefação e espanto entre os fabricantes de cimento denunciados pela formação de cartel. Para as empresas, o trabalho de Octaviani ressente-se da falta de sustentação lógica e factual. “Foram coletados mais de 800 mil documentos, dos quais apenas 15 serviram de base para a denúncia”, diz um executivo do setor. Segundo ele, ao contrário do que diz o relator, não haveria concentração de mercado, pois funcionam no Brasil pelo menos 22 fabricantes (eram 14 em 2005), que concorrem ferozmente entre si, enquanto em países como Canadá, França, México, Inglaterra e Chile o número de players varia entre quatro e cinco. Isso fez, por exemplo, com que, no período de 2005 a 2013, os preços do cimento aumentassem 123%, contra um IPCA de 151%. “Cartel? Só se for lusitano”, afirma o executivo.
Frase da semana
“A inadimplência deve continuar caindo, 2014 será um ano bastante normal e tranquilo no setor bancário”
Roberto Setubal, presidente do Itaú, ao apresentar o lucro recorde de R$ 15,8 bilhões do banco no balanço de 2013
Precatórios
Peixe bigodudo
A OAB pediu ao STF que reveja decisão na qual autorizou o governo do Maranhão a celebrar um contrato com o Ministério da Pesca, mesmo estando em atraso com o pagamento de precatórios judiciais. O convênio, de R$ 7,38 milhões, prevê a construção de uma fábrica de ração para peixes. “O Maranhão deve sofrer as mesmas sanções de todas as entidades públicas que não cumprem o regime especial de pagamento de precatórios, cuja quitação foi ordenada pela Justiça”, diz o presidente da Comissão de Precatórios da OAB Federal, Marco Antonio Innocenti.
Construção
Gigante de concreto
A Odebrecht Infraestrutura, braço no ramo de construção pesada do grupo baiano Odebrecht, fez as contas: até o último dia de janeiro, já foram aplicados nas obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, três milhões de metros cúbicos de concreto, volume que daria para construir dez pontes do porte da Golden Gate, em São Francisco, na Califórnia.
Calçados
Desafio da abundância
A fabricante gaúcha Arezzo, do empresário Alexandre Birman, tinha planos ambiciosos para uma de suas quatro marcas, a Anacapri, de calçados femininos: abrir oito lojas pelo sistema de franquias, no último trimestre do ano passado. A estratégia foi um sucesso, já que começaram a operar 15 novas unidades naquele período. O que acabou criando um problema que muito dono de empresa gostaria de enfrentar: diante da grande procura dos clientes das novas lojas, a produção da Anacapri terá de ser ampliada. No Natal, a demanda foi maior que a oferta.
Imóveis
Enxoval completo da João Fortes
Com um VGV de R$ 136 milhões, a João Fortes está lançando o Mares de Goa Recreio Residence, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. O empreendimento, que será entregue com um enxoval completo para morar, é equipado com armários, móveis e eletrodomésticos, como fogão, geladeira e televisão. Serão comercializados 234 apartamentos, com área de até 172 m2, divididos em três torres.
Finanças
Big Brother do crédito
A BrScan, de Brasília, vai lançar em abril uma ferramenta que promete ser um verdadeiro Big Brother para quem quiser pegar dinheiro emprestado em bancos. Batizado de BrFlow, o programa consulta as mais diversas fontes na internet para saber se as informações prestadas pelo tomador de crédito são verdadeiras. A solução também checa a veracidade das informações sobre propriedades e relacionamentos através de redes sociais e de instrumentos virtuais, como o Google Street View. Um grande banco brasileiro já comprou a ferramenta.
Rural
O queijo de Magim
Magim Rodrigues, ex-Ambev, resolveu trocar a criação de ovinos de elite, em sua fazenda Sesmaria, em Amparo (SP), pela produção de queijos especiais. A linha de queijo parmesão sai da fazenda de Amparo, onde Rodrigues cria gado leiteiro. Outra linha, a de muçarela de búfala, é fornecida pela Búfalo Dourado, adquirida em 2013. “Queremos chegar a uma produção anual de 10 mil toneladas daqui a cinco anos”, afirma Ricardo, filho de Magim e responsável pela área de marketing.
Viagens
Parceria segura
A paulistana ProtecBAG, do empresário Paulo Fabra, especializada em lacração de bagagens, fechou uma parceria com a empresa de seguro de viagens Assist Card, que está presente em 119 países. O objetivo é oferecer aos clientes cobertura de assistência por acidente ou roubo e extravio de documentos sem nenhum custo adicional. Criada há 24 anos, a ProtecBAG faturou R$ 10 milhões em 2013 e opera com 32 lojas em 31 aeroportos do País. No fim de janeiro, a empresa inaugurou duas lojas no Aeroporto de Cumbica, em São Paulo, e pretende abrir mais cinco unidades em 2014, projetando um crescimento de 30% neste ano, por conta da Copa do Mundo.
Enquanto a cana não vem, Roberto Jefferson alimenta os salmões
Campanha
Grenal a favor
A ADVB/RS não poderia ter escolhido uma ocasião mais oportuna para lançar a campanha o Rio Grande do Sim, que tem como bandeira principal a união dos gaúchos pelo desenvolvimento do Estado: o clássico Gre-nal marcado para o domingo 9, um dos duelos mais acirrados do futebol brasileiro, travado pelas equipes do Grêmio Porto-alegrense e do Internacional. “Quando vibramos com a derrota de nossos eventuais adversários, o Rio Grande acaba perdendo”, afirma Carlos Biedermann, presidente da ADVB. “Nossa última grande vitória, o último grande movimento que uniu os gaúchos, foi o Polo Petroquímico, lá pelos anos 70.”
Montadora
Queda de braço da Kia
Por conta de um atraso na habilitação ao novo regime automotivo brasileiro, o Inovar Auto, a Kia, representada no País pelo empresário José Luiz Gandini, vendeu 30 mil veículos em 2013 – 10 mil a menos do que ele gostaria. Principal motivo: o pagamento do IPI cheio, com 30 pontos percentuais a mais que as concorrentes. Segundo o empresário foi necessário uma longa queda de braço até convencer a montadora coreana a assumir os investimentos em carros mais eficientes e menos poluentes, exigidos pelo governo brasileiro. As discussões duraram até dezembro, quando a Kia se habilitou às novas regras. Em 2014, Gandini espera manter as vendas em 30 mil unidades.
Varejo
Conquista do interior
A Lojas Avenida, de Cuiabá, maior varejista de vestuário do Centro-Oeste, com 114 lojas em 13 Estados, fechou 2013 com um faturamento recorde de R$ 520 milhões, cerca de 60% acima do obtido em 2012. Animado com o resultado, Rodrigo Caseli, dono da rede, separou R$ 30 milhões para a abertura de 18 novas lojas, incluindo municípios do Norte e Sudeste.
