30/08/2016 - 12:25
Baleia Rossi: “Acho que o importante é recolocar o País nos trilhos”
Qual é a pauta econômica prevista para a Câmara dos Deputados após a conclusão do processo de impeachment?
O calendário até o final de setembro atrapalha um pouco por causa das eleições, mas eu acredito que a gente consiga avançar no pré-sal, além de finalizar a renegociação das dívidas dos Estados. Acho que o grande desafio é a PEC 241, que trata do teto de gastos do Poder Público. É fundamental para sinalizar aos investidores internos e externos que o Brasil tem um projeto sério e robusto com absoluta estabilidade jurídica.
Os debates acalorados sobre os reajustes nos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal podem rachar a base governista?
O debate mais quente está no Senado e só será concluído depois do impeachment. De qualquer forma, haverá muito diálogo antes de qualquer atitude.
Após as eleições municipais, haverá espaço para aprovar projetos importantes, como a reforma da Previdência Social, ainda neste ano?
Acho que a reforma da Previdência tem de ser debatida ainda neste ano. Não sei se finaliza este ano, pois a prioridade é a PEC 241, mas isso depende de quando a equipe do governo enviará o projeto de reforma.
A base governista na Câmara está bem coesa para aprovar medidas impopulares ou cada tema será uma batalha?
Claro que são temas polêmicos e o Parlamento é a casa dos debates, mas eu vejo a base bem coesa. Os parlamentares têm a noção clara da responsabilidade que eles têm com o País. Essas medidas, mesmo que sejam amargas, são absolutamente necessárias para o País sair da crise. O pessoal está muito consciente de que não temos alternativas para reconquistar a credibilidade.
O acordo para as votações na Câmara ocorrerem apenas às segundas e terças valerá também para o 2º turno das eleições?
Acredito que não. Poucas cidades terão 2º turno.
O sr., como presidente do PMDB paulista, vai se envolver diretamente em alguma campanha?
Eu tenho ficado mais em Brasília, mas estou acompanhando à distância. Fiquei sabendo da repercussão do debate eleitoral da Band, em SP, e gostei da pesquisa Ibope que coloca a Marta em segundo lugar. É um momento espetacular para ela crescer. A candidatura está encorpando numa eleição que é curta.
Se o PMDB ganhar a eleição na maior cidade do País, qual será o efeito prático para o partido?
No Estado de São Paulo, o partido já vem crescendo significamente em cidades menores. Mas, agora com a possibilidade de ganhar a eleição na capital, mostra que o partido está num momento de fortalecimento e do próprio presidente Michel.
Com esse fortalecimento, o caminho natural é o PMDB ter candidatura própria em 2018?
É natural o sentimento do PMDB pela candidatura própria pela Presidência da República assim como teremos Paulo Skaf ao governo de São Paulo. O sentimento geral no PMDB é de que é necessário ter candidatura à Presidência da República?
Isso inclui o presidente Michel Temer?
Não. O presidente Michel Temer já colocou claramente para nós, inclusive, que não será candidato. Agora nós temos de buscar nomes no partido que possam disputar.
Muitos analistas comparam o governo Temer ao de Itamar Franco, e lembram que o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, se tornou presidente após o sucesso econômico. O mesmo pode ocorrer com o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que é filiado ao PSD?
Agora é precipitado falar em nomes, mas o ministro da Fazenda ser candidato à Presidência da República vai depender do sucesso do trabalho dele. Se ele tiver sucesso – e eu acredito que terá sucesso frente ao Ministério da Fazenda –, significará que o Brasil vai vem, está retomando o desenvolvimento e está gerando emprego. Só isso já é positivo para o País. O Meirelles nunca falou de ser ou não ser candidato à Presidência da República. As pessoas comentam porque lembram do governo Itamar. Acho que o importante é recolocar o País nos trilhos e essa é preocupação do presidente Michel. Depois virá a discussão de quem será candidato.
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