Tendo como cenário Belém (PA), o head do Google Cloud no Brasil, Marco Bravo, abriu o evento Sustentabilidade com o Google — Amazônia, na segunda-feira (3), apresentando uma pesquisa com 1.476 executivos de 16 países, incluindo o Brasil.

O documento, apresentado na capital candidata a sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30) em 2025, referenda com novos dados o que é senso comum: apesar de incorporada na narrativa dos executivos, a concretização de boas práticas sustentáveis ainda esbarra em obstáculos importantes.

Dois dados do levantamento mostram o gap entre o falar e o agir. Um deles é a quase confissão de 85% dos executivos brasileiros ouvidos que afirmam ter a tendência de exagerar na exposição dos esforços relacionados à sustentabilidade quando não conseguem medir os resultados obtidos. Com um detalhe relevante: 49% das empresas instaladas no País ainda não medem sua atuação no tema.

O segundo é que, apesar de 69% dos entrevistados dizerem que o conhecimento da agenda é necessário para o sucesso da empresa, 45% alegam não ter acesso ao talento ideal para apoiá-los nesta jornada. Ou seja, mesmo entendendo que algo precisa ser feito, o C-level não sabe como e nem com quem contar para criar e executar o plano.

Com a consciência do problema adquirida, resolver as duas últimas partes parece simples. Não fosse um problema: elas envolvem custos. Entre a escolha da inação ou da ação diante do impacto que terá no caixa, vale mais um dado revelado no estudo: para 82% dos entrevistados, atrasar, reduzir as metas ou cortar financiamentos para iniciativas ecológicas representam má gestão de relações públicas para as marcas. Em outras palavras, prejuízo no longo prazo.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1319 da Revista Dinheiro)