18/09/2015 - 20:00
Após mais de um ano ajustando com precisão de relojoeiro os detalhes da compra do banco suíço BSI, especializado em private bank e gestão de recursos, o BTG Pactual, de André Esteves, anunciou a conclusão do negócio na terça-feira 15. Por 1,25 bilhão de francos suíços (US$ 1,3 bilhão), o banco brasileiro vai assumir as operações na Europa e Estados Unidos, transformando o BTG em um negócio com US$ 186 bilhões em ativos sob administração. A justificativa para o negócio é simples: bancos de investimento, como o BTG, são pesadamente dependentes de uma economia dinâmica, o que está longe de ser o caso da brasileira. Assim, faz sentido procurar escala fora do Brasil. Os investidores concordam: no mês, as Units do BTG reverteram a baixa do ano.
Quem vai lá
Estrela cansa de brincar
A Brinquedos Estrela, controlada e presidida por Carlos Tilkian, listou suas ações na bolsa paulista no tempo das bonecas de pano e dos carrinhos de rolimã. Atravessou sete décadas acompanhando os altos e baixos do mercado brasileiro. No entanto, a Estrela cansou de brincar. Na quarta-feira 16, a empresa anunciou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para fechar seu capital, na qual oferecerá R$ 0,37 pelas cerca de 300 mil ações ordinárias e 10,7 milhões de ações preferenciais em circulação. Pouco negociadas, as preferenciais sobem 14,7% no ano.
Touro x Urso
O mercado passou a semana dividido entre perspectivas positivas de corte de gastos públicos, e negativas, de manutenção das despesas do governo e impossibilidade de atingir o superávit primário, o que colocaria em risco o grau de investimento brasileiro para outras agências de classificação de risco. A tensão diminuiu na quinta-feira, com a decisão do Federal Reserve de manter estáveis os juros nos Estados Unidos. No entanto, o discurso de Janet Yellen, presidente do banco central americano, tornou praticamente certa uma alta das taxas em dezembro. Esse movimento, que deverá representar o primeiro aperto monetário desde a crise do subprime em 2008, terá consequências imprevisíveis sobre as ações.
Destaque no pregão
Sem ressaca tributária na Ambev
O anúncio, na segunda-feira 14, de que o imposto sobre os proventos concedidos como Juros sobre Capital Próprio (JCP) iria subir dos atuais 15% para 18% poderia ter tido um impacto muito maior sobre grandes pagadoras desses proventos, como a Ambev. No entanto, os analistas consideram que o percentual de alta é pequeno e seu impacto, limitado. Os analistas Bernardo Teixeira e Fábio Levy, do BTG Pactual, afirmam que essas ações já caíram muito devido aos prognósticos de extinção do provento, e agora deverão recuperar terreno.
Palavra do analista:
Palavra do analista – Josá Yordan e Katina Metzidakis, do Deutsche Bank de Nova York, avaliam que, por ser muito lucrativa, a Ambev será pouco afetada pela medida. Seus funcionários, porém, que possuem ações, vão pagar mais impostos. Os analistas recomendam manter as ações da companhia.
Mercado
BNDESPar vende tudo?
A BNDESPar, empresa de participação do BNDES, presidido por Luciano Coutinho, poderá reduzir a participação em algumas das ações de sua carteira. Segundo operadores de mercado, desde a segunda-feira 14, a BNDESPar pode estar vendendo papéis que já trouxeram resultados, como os de Suzano, Fíbria e JBS. Procurado, o BNDES negou a necessidade de vender ações para fazer caixa, e informou que não comenta movimentos específicos de compra ou venda de papéis em sua carteira. Na semana, até a quarta-feira 16, Suzano PNA caiu 5,6%, JBS ON recuou 4,6% e Fíbria ON caiu 4,3%.
Mercado em números
CETIP
R$ 253,8 bilhões – É o volume financeiro de debêntures corporativas, que não incluem as emitidas por empresas de leasing, depositadas na empresa no fim de agosto, um crescimento de 4% ante 2014. De janeiro a agosto, 122 companhias emitiram debêntures
ENEVA
R$ 200 mil - É a multa a ser paga pela empresa de energia, remanescente da MPX, de Eike Batista, por omissão de informações referentes ao aporte de capital da controladora E.On, em 2014
CEB
18,66% – Foi o reajuste das tarifas de energia elétrica autorizadas pela Aneel para os consumidores atendidos pela Companhia Energética de Brasília, valendo retroativamente a partir de 26 de agosto
INDÚSTRIAS ROMI
341.681 m2 – É a área de dois imóveis em Santa Bárbara D’Oeste, interior de São Paulo, que serão vendidos pela empresa para loteamento, por um valor inicial estimado de R$ 27,9 milhões