07/07/2023 - 11:00
Na terça-feira (4), o Senado aprovou as indicações de Gabriel Galípolo (à esq.) e Ailton de Aquino Santos (à dir.) para diretorias do Banco Central (BC). O primeiro, nome fortemente ligado ao governo Lula III, será diretor de Política Monetária. Na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) ele teve 23 votos a favor e 2 contra.
Aquino, funcionário de carreira do BC, será diretor de Fiscalização e teve 24 votos a favor e 1 contra. Depois, na votação em plenário, Galípolo teve 39 votos a favor e 12 contra. Aquino, 42 a favor e 10 contra.
A posse não tem data marcada, mas deve acontecer antes da próxima reunião do Copom, no começo de agosto, que decidirá sobre a Selic.
Durante a sabatina no Senado, Galípolo defendeu a atual agenda de reformas econômicas, como o novo Arcabouço Fiscal e a Reforma Tributária, e disse que a melhor solução para controlar a dívida pública brasileira consiste em fazer a economia crescer mais.
Sobre as críticas do presidente Lula aos juros de 13,75%, ele afirmou que “não cabe a nenhum economista, por mais excelência que tenha, impor o que ele entende ser o destino econômico do País à revelia da vontade democrática e dos seus representantes eleitos, que são os senhores [senadores]”.
Jogou para a plateia, já que nenhuma decisão do BC, em especial sobre juro, é decidida de forma isolada e autocrática — tanto que as últimas do Copom tiveram votos unânimes de presidência e oito diretorias.
Já Aquino, primeiro negro a ser diretor no BC, disse estar comprometido com os objetivos da autoridade monetária, que consiste em garantir a estabilidade de preços, a segurança do sistema financeiro, a redução da volatilidade na economia e o fomento ao pleno emprego. Basicamente repetiu o que é a missão institucional do BC.
ESTADOS UNIDOS
FED sinaliza mais alta de juros
Na quarta-feira (5), o Fed divulgou a ata referente ao encontro realizado dias 13 e 14 de junho, quando o Fomc — órgão equivalente ao brasileiro Copom e que decide pela taxa americana de juros — parou com as altas e manteve os Fed Funds na faixa de 5,0% a 5,25%. Apesar da decisão, os recados embutidos na ata revelam que o ciclo de elevações retornará, o que já havia sido sinalizado por Jerome Powell, presidente do Fed, mesmo que num ritmo mais lento.
Segundo o documento, os membros do Fomc elevaram a projeção e, agora, o pico do ciclo de juros está em 5,6%. O Fomc ainda se reunirá quatro vezes este ano. Após a ata, os Fed Funds tinham probabilidade de 88% de passar por novo aumento de 0,25 ponto na reunião dos dias 25 e 26 deste mês. Sabe o que Joe Biden falou sobre isso e sobre Jerome Powell? Nada.
ECONOMIA
Uruguai mostra ao Mercosul caminho da China
Terminou na terça-feira (4) a 62ª Cúpula do Mercosul, que terá Lula III na presidência rotativa do bloco até o fim do ano. O brasileiro aumentou o tom das críticas à União Europeia (EU), cujas propostas para se unir ao Mercosul Lula chama de “inaceitáveis”.
Acrescentou que é preciso dizer “não” a acordos que releguem os países da região “ao eterno papel de exportadores de matéria-prima”.
Na cúpula falou-se ainda da ideia de uma moeda comum para transações comerciais entre os países, evitando a volatilidade do dólar em cada mercado.
O grande tema, no entanto, foi uma ausência: a do Uruguai. O país se recusou a assinar o documento final, chancelado por Argentina, Brasil e Paraguai.
Na mídia uruguaia, fica mais evidente a posição do presidente Luis Lacalle Pou. Segundo o diário El Pais, “o Mercosul não é eficiente para o Uruguai porque não se abre ao mundo, e as negociações para que isso ocorra são muito lentas”. Além disso, “o bloco impede que os sócios adotem caminhos bilaterais, como o que Montevidéu busca com a China”.
AGORA É OFICIAL
Sai nomeação de Zanin ao STF
Foi publicada no Diário Oficial da União na quarta-feira (5), a nomeação de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi advogado de Lula na operação Lava Jato. Zanin assume a vaga de Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril. Em outubro, nova vaga será aberta, com a aposentadoria de Rosa Weber. A posse de Zanin será dia 3 de agosto. Seu nome foi aprovado em junho pelo Senado, com 58 votos a favor e 18 contrários.

“O Fed está empenhado em cumprir o nosso mandato estatutário de preços estáveis e emprego máximo.”
Jerome Powell Presidente do Fed
4,98%
Previsão do Focus da segunda-feira (3) para o IPCA. É a sétima queda seguida nas projeções.
MUNDO
Arábia Saudita e Rússia juntos no corte de petróleo

Na diplomacia, o dinheiro conta mais. Isso explica por que um aliado e um inimigo dos Estados Unidos estão unidos para evitar a queda no preço do petróleo. “Faremos o que for necessário” para apoiar o mercado, disse o ministro de Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman (foto), na quarta-feira (5).
A Opep+, formada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, tem reduzido a produção desde novembro devido à queda nos preços.
Arábia Saudita e Rússia são os maiores exportadores do mundo.
Aparentemente, a estratégia não funcionou. Segundo a agência Reuters, na quarta-feira os preços futuros de referência do Brent caíram mais de 1%, para US$ 75,30 por barril, abaixo dos US$ 80 a US$ 100 por barril que a maioria dos países da Opep precisa para equilibrar seus orçamentos.
A Organização diz que não tem meta de preço e busca um mercado de petróleo equilibrado tanto para consumo quanto para quem exporta.
Os Estados Unidos, maiores produtores de petróleo fora da Opep+, têm pedido ao grupo para aumentar a produção e assim ajudar a economia global.
O príncipe Abdulaziz diz que Riad não irá ceder a esses apelos e que “parte do que fizemos com a ajuda de nossos colegas da Rússia também foi mitigar o lado cínico dos espectadores sobre o que está acontecendo entre a Arábia Saudita e a Rússia sobre esse assunto específico”.