29/01/2016 - 20:00
Ao divulgar, na quinta-feira 28, um lucro líquido de R$ 17,87 bilhões em 2015, alta de 16,4% em relação a 2014, o Bradesco, presidido por Luiz Carlos Trabuco, chamou a atenção para o índice de eficiência, que representa o quanto os gastos administrativos e com pessoal consomem das receitas. O índice foi de 37,5%, o menor nível histórico. O banco celebrou o fato de que as despesas cresceram 7,7%, três pontos percentuais abaixo da inflação, e, mesmo assim, ter conseguido ampliar a carteira de crédito em 4,6%, para R$ 474 bilhões. Para 2016, o banco informou esperar um crescimento de 1% a 5% nos empréstimos, com maior aumento na carteira de pessoas físicas, e um avanço de 7% a 11% nas receitas de prestação de serviços.
Touro x Urso
O comportamento do mercado em janeiro foi dominado por variáveis externas: os preços do petróleo em queda, a confirmação da desaceleração da economia chinesa e as expectativas com relação aos juros nos Estados Unidos. Essas três variáveis fizeram o Índice Bovespa cair 11,5% em janeiro até a quinta-feira 28, por impactarem tanto o resultado das empresas quanto a intenção dos investidores internacionais em aplicar recursos no Brasil. Há poucos sinais de recuperação ao longo das próximas semanas, a não ser que haja fatos novos positivos.
Siderugia
A aposta eólica da Gerdau
A Gerdau anunciou na quarta-feira 27 que vai entrar no mercado de geradores de energia eólica, fornecendo aço para essas estruturas, em parceria com duas siderúrgicas japonesas. A empresa anunciou uma revisão em seu portfólio de negócios de modo a recuperar suas margens de lucro. No ano, as ações recuam 27,7%.
Alimentos
BRF chega à Tailândia
Pedro Faria, CEO Global da BRF. anunciou, na quarta-feira 27, a compra da tailandesa Golden Foods Siam, terceira maior exportadora de frangos da Tailândia, por US$ 360 milhões. A Golden Foods exporta para 15 países do Sudeste Asiático. No ano, as ações da BRF caíram 14,9%.
Destaque no pregão
O lucro do Santander
O banco Santander Brasil anunciou, na quarta-feira 27, um lucro líquido de R$ 6,6 bilhões, um crescimento de 13,2% em relação aos R$ 5,85 bilhões de 2014. Sérgio Rial, presidente do Santander, afirmou que os resultados foram obtidos devido a uma seleção criteriosa de empréstimos em um cenário adverso. Ao apresentar os resultados, ele afirmou que o banco vai permanecer em sua estratégia de privilegiar a liquidez, o que tem feito sua rentabilidade patrimonial ficar abaixo da dos outros concorrentes privados. As apostas para 2016 são empréstimos consignados e automotivos, e um crescimento nas operações ligadas ao agronegócio. No ano, as units do banco recuam 16,7%
Palavra do analista:
Wesley Bernabé, Carlos Daltozo e Rafael Reis, do BB-BI, avaliam que os resultados do trimestre vieram abaixo do esperado, devido à queda da margem financeira líquida e ao aumento das provisões. Eles não recomendam comprar os papéis do Santander.
Energia
Carga renovada para as elétricas
As empresas de energia elétrica subiram muito na quarta-feira 27 com a decisão do governo de reduzir as bandeiras tarifárias. Os investidores interpretaram essa decisão como uma indicação de redução do risco hídrico. Os resultados e as ações vinham sofrendo com os custos elevados da energia termoelétrica, usada com intensidade devido à forte seca que começou em 2014. As maiores altas foram de Cemig PN, que subiu 10,3%, seguida por Copel PNB, que avançou 7,4%.
Mercado em números
CETIP
R$ 1,67 trilhão – Foi o total de instrumentos de captação bancária registrados pela empresa no fim de 2015, um crescimento de R$ 21 bilhões ante 2014
BR PROPERTIES
R$ 130 milhões - Foi o valor de venda, pela empresa imobiliária, de dez conjuntos para um fundo imobiliário controlado pela incorporadora Brookfield
TEREOS
R$ 65,00 - É o preço de aquisição das ações que a empresa de açúcar realizará para fechamento de capital. O valor supera a avaliação máxima de R$ 61,60
CR2
R$ 0,25 – É o valor da quarta parcela de redução do capital da empresa de empreendimentos imobiliários, que será paga aos acionistas em maio
ETERNIT
2 milhões – É a quantidade de ações ordinárias da empresa de produtos de cimento, correspondente a 1,32% do capital total, que será adquirida em bolsa até janeiro de 2017
