03/03/2023 - 0:20
Alexandre de Moraes pode ficar doido da vida, mas com o Telegram o papo é outro. E o app de mensagens virou o cercadinho digital preferido do autoexilado Jair Bolsonaro. As postagens diárias do ex-presidente mostram um cara em campanha permanente. Na mais recente, da terça-feira (28), ele comemorava os dados de queda do desemprego. E na sequência citava outros três pontos: dois positivos (para ele) — redução de IPI de 4 mil produtos e recorde de arrecadação — e um negativo (para o atual governo) — o aumento do preço dos combustíveis. A mensagem teve até quarta-feira (1) 11,2 mil curtidas, 2,7 mil aprovações e 2,1 mil aplausos. JB tem 2,7 milhões de seguidores no Telegram.
BRASIL-IL-IL
Comandante diz o que pensa de Lula… E não é boa coisa

Se alguém tem dúvida do quanto os militares brasileiros não estão com Lula, ou mostra burrice ou má-fé. A mais nova prova partiu do atual comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva. Ele disse a subordinados que a eleição de Lula foi “indesejada” pela maioria dos militares, mas “infelizmente” ocorreu e precisa ser respeitada. O motivo? “Não dá para falar com certeza que houve qualquer tipo de irregularidade.” Ou seja, para Paiva existe a brecha de que possa ter havido irregularidade. Mesmo assim, ele afirmou que fraude não houve. A matraca solta ocorreu em reunião com oficiais no dia 18 de janeiro e foi revelada segunda-feira (27). Deveria ser uma reunião fechada e o general pediu que não fosse gravado. Foi desrespeitado, numa mostra de que nem quem está perto o respeita. O áudio acabou divulgado pelo podcast Roteirices. Ele afirmou ainda que um golpe não daria certo. “O nosso povo viveria as consequências. Teria sangue na rua.” Para Paiva, seria impossível do ponto de vista legal fazer uma “intervenção militar com Bolsonaro no poder”.
CORTES
Layoff chega às montadoras
Na terça-feira (28), a agência Reuters veiculou reportagem sobre a decisão da General Motors de cortar centenas de cargos de todos os níveis, incluindo executivos, numa tentativa de reduzir custos e simplificar as operações. Oficialmente, não há números e a empresa não trata como cortes. O diretor de Pessoal da GM, Arden Hoffman, disse em uma carta aos funcionários que a montadora está “comprometida com US$ 2 bilhões em economia de custos nos próximos dois anos, o que encontraremos reduzindo despesas corporativas, despesas gerais e complexidade em todos os nossos produtos”. Para a companhia, no ambiente atual “as margens de nossos concorrentes estão melhorando e é imperativo que ajamos agora e nos concentremos em nossa própria eficiência”.
-3,5% queda das exportações de mercadorias do G20 no 4º trimestre de 2022 em relação ao 3º trimestre, refletindo a fraca demanda global

“Nós conservadores [liberais] odiamos o desemprego” Margaret Thatcher (1925-2013) Ex-primeira-ministra inglesa.
BRASIL-IL-IL 2
Partido novo, velha política
Aquele blá-blá-blá transformador era apenas isto: bla-blá-blá.
O Partido Novo, que se orgulhava de não usar verba pública para existir — o que deveria ser regra, aliás — acaba de jogar no lixo sua oposição ao tema. Até o candidato a presidente pelo partido em 2022, Luiz Felipe d’Avila, que chamava o uso do Fundão Eleitoral de “excrescência” e “indecência”, mudou de ideia. Na terça-feira (28), o Novo decidiu que vai usar os rendimentos do Fundão. A mudança, segundo o partido, é fundamental para “a democracia interna, a competitividade e a expansão da sigla no atual contexto da política brasileira” — seja lá o que isso signifique.

“Desemprego severo é produzido pela má administração do governo e não por qualquer instabilidade inerente da economia privada” Milton Friedman (1912-2006) Prêmio Nobel de Economia de 1976.
MERCADO DE TRABALHO
Desemprego cai a 7,9%

Se o legado fiscal deixado por Jair Bolsonaro pode ser considerado uma encrenca gigante, do ponto de vista do mercado de trabalho o soberano Lula III não poderá reclamar tanto do antecessor. O trimestre encerrado em dezembro de 2022 fez a taxa de desocupação cair para 7,9% — menor índice para o período desde 2014. Ainda são 8,6 milhões de pessoas sem trabalho, mas a curva voltou à casa de um dígito, o que não acontecia desde que, sob Dilma Rousseff, ela estourou e teve o ápice na pandemia. Na média anual, a taxa em 2022 foi de 9,3%, a menor desde 2015. Claro que nem tudo são flores, sobretudo num País que patina há uma década. A população trabalhadora informal, por exemplo, é recorde e bateu em 38,6 milhões de brasileiros.