27/08/2015 - 18:00
A decisão do governo federal, anunciada na terça-feira 18, de usar os bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – para estimular as montadoras por meio da concessão de empréstimos desagradou profundamente o mercado. O BB anunciou um programa de financiamento para o setor que deverá liberar R$ 3,1 bilhões até o fim de 2015. Para os investidores, a decisão remete aos tempos da nova matriz econômica praticada durante todo o primeiro mandato de Dilma Rousseff. Na ponta do lápis, o mercado encarou essa decisão como uma ameaça à consecução das metas fiscais. Por isso, as ações do BB caíram 6,2% no pregão da quarta-feira 19, encerrando a R$ 18,41, menor nível desde janeiro de 2014. O movimento puxou para baixo as ações dos outros bancos, inclusive privados.
Alicerces sólidos na Cetip
A alta dos juros e a isenção de impostos continuam estimulando investimentos em papéis imobiliários. Segundo a Cetip, as novas aplicações em Letras de Crédito Imobiliário (LCI) atingiram R$ 11,1 bilhões em julho. O volume no fim do mês passado ficou em R$ 181,5 bilhões, alta de 47% ante julho de 2014. No ano, as ações da Cetip sobem 9,2%.
Recompra da Multiplus
A Multiplus anunciou, na segunda-feira 17, um programa de recompra de ações. Segundo a companhia que gerencia programas de fidelidade, serão adquiridas 226 mil ações ordinárias, representando 0,5% do capital em circulação no mercado. A empresa dirigida por Roberto José Maris de Medeiros vem fazendo promoções para ampliar sua receita em um ano descrito como desafiador. Mesmo assim, as ações sobem 32,4% até a quinta-feira 20.
Touro x urso
A soma de crises – econômica, política e internacional – fez cair as ações. Na quarta-feira 19, o Índice Bovespa atingiu seu menor nível desde março de 2014, acumulando uma queda de 7,1% no ano. Apesar de os analistas detectarem várias pechinchas no pregão, os investidores ainda não se animam. A bolsa está barata, mas isso não impede que ela fique ainda mais barata no curto prazo.
O brilho da Equatorial
Em um ano de trevas para o setor elétrico, as ações da Equatorial Energia são uma exceção no pregão. Acumulando uma alta de 28,9% no ano até a quinta-feira 20, e candidatas a ingressar na próxima carteira teórica do Índice Bovespa, elas são consideradas uma boa alternativa. A busca pela eficiência em mercados difíceis, como o do Maranhão e do Pará, rendeu frutos à companhia. O volume de vendas da Cemar cresceu 5,2%, no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, na contramão do setor, que vem sofrendo uma redução nas receitas.
Souza Cruz paga mais para fechar capital
A Souza Cruz anunciou, na quinta-feira 20, que estava elevando de R$ 26,12 para R$ 27,62 por ação o preço de compra da Oferta Pública de Aquisição, anunciada no dia 20 de março. Com o novo preço, a empresa espera ter sucesso no processo de fechamento de capital, que vinha enfrentando resistência dos minoritários. Outro auxílio veio de duas empresas vinculadas à gestora americana de fundos Aberdeen. Em conjunto, essas duas companhia possuem 4,6% do capital da Souza Cruz, que representam 18,3% das ações em circulação, que comunicou sua intenção de aceitar a oferta. No ano, as ações sobem 40,4%.
MERCADO EM NÚMEROS
ELETROBRÁS
R$ 1,1 bilhão
Foram as perdas reconhecidas pela estatal com a usina nuclear de Angra 3, em construção, devido à redução do valor recuperável do empreendimento.
ABC BRASIL
US$ 200 milhões
Foi o valor captado pelo banco por meio de um empréstimo sindicalizado de dois anos.
METALFRIO
13,6 milhões
Será a nova representação do capital social da empresa, após o grupamento de ações, na proporção de três antigas para uma nova.
JSL
7,42 milhões
É o número de ações da empresa de logística a serem recompradas até agosto de 2016, representando 9,82% do total.
BATISTELLA
25 x 1
É a proporção do grupamento de ações da concessionária de veículos pesados, aprovada na terça-feira 18.
(Nota publicada na Edição 930 da Revista Dinheiro)