O segredo do sucesso de uma construção é fazer uma boa fundação para que a obra possa avançar sem problemas. É essa a estabilidade que a mineira Mascarenhas Barbosa Roscoe busca ao longo de quase oito décadas. Para continuar crescendo, a empresa sabe que é preciso manter o foco e operar de acordo com o planejado. “O Brasil tem muito a construir e a fazer”, diz Luiz Fernando Pires, presidente da empresa. O passado recente justifica o otimismo do empresário. Em 2012, a construtora, que emprega 3 mil funcionários, alcançou uma receita líquida de R$ 390,2 milhões, crescimento de 46,4% em relação ao ano anterior. 

 

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Já o lucro mais do que dobrou, chegando a R$ 65,5 milhões, o que justifica a escolha da companhia como vencedora no ranking setorial AS MELHORES DO MIDDLE MARKET. Diferentemente da maioria das empresas do setor, a Mascarenhas Barbosa manteve-se ao largo do mercado imobiliário, o grande vetor da expansão da construção civil nos últimos anos, optando por manter o foco em obras na área industrial, estratégia traçada desde o início. Segundo Pires, a prestação de serviços para as grandes mineradoras e siderúrgicas é responsável por 60% da receita da empresa. Outros 30% vêm de diversos segmentos da indústria, comércio (shoppings, supermercados) e logística (construções de galpões) e apenas 10% são provenientes de obras públicas – todas no Rio de Janeiro. 

 

Pires reconhece que a situação da empresa pode não condizer com a realidade do setor de construção. Como presidente do Sinduscon-MG, ele conhece exemplos de concorrentes que viram o volume de negócios cair. No entanto, a Mascarenhas Barbosa conseguiu manter os seus principais clientes, o que ajudou no crescimento. Entre eles está a gigante Vale. O contrato com a mineradora prevê a expansão da planta de Itabirito (MG) e a elevação da área do retroporto de São Luís, a capital do Maranhão. Também há obras para a Anglo Ferros e para a Gerdau. São esses clientes que devem garantir a manutenção do crescimento da empresa neste ano e em 2014, em torno de 10%. “Somos conservadores nas projeções”, afirma Pires. A variação pode parecer pouco ambiciosa diante do desempenho de 2012. 

 

No entanto, em um ano em que o PIB deverá crescer em tor­no de 2,5%, a construtora mostra que tem fôlego de sobra para comemorar os 80 anos, em 2014. O incremento poderia ser maior, de acordo com Pires, caso o processo de concessões de licenças para as diferentes fases das obras fosse mais rápido. Uma das amarras mencionadas, por exemplo, é o prazo que pode ser superior a um ano para a aprovação de uma planta, além de diferentes processos burocráticos exigidos por organismos públicos. Tudo isso faz com que a entrega da obra ocorra em um ritmo mais lento do que o desejado. “Não é que não queiramos controle, mas as regras precisam ser mais simples e objetivas”, diz. O processo moroso, lembra, reduz os investimentos. “Precisamos de menos amarras para que o Brasil possa crescer mais.”

 

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