O Brasil sempre foi conhecido no Exterior pela diversidade de suas paisagens naturais, principalmente pelas praias que compõem os seus 8,5 mil quilômetros de costa litorânea. Nos últimos anos, no entanto, os turistas têm descoberto outro tipo de viagem: os destinos de aventura. De acordo com o Ministério do Turismo, os roteiros de aventura, ecoturismo ou natureza são responsáveis por 26,26% do total de chegadas internacionais ao País. Tanta procura faz o mercado movimentar uma média anual de R$ 500 milhões, com mais de duas mil empresas ligadas ao setor. É de olho nesse potencial que a editora Rocky Mountain prepara para setembro deste ano o Rocky Man, uma competição internacional inédita de esportes de aventura no Rio de Janeiro. 

31.jpg

 

“Mais do que uma competição multiesportes em que alguns dos melhores atletas de vários países se revezarão nas principais modalidades de aventura, o Rocky Man será um evento aspiracional”, diz Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três e publisher da Rocky Mountain. “O evento integrará a natureza da cidade do Rio de Janeiro com os atletas e a população, que poderá assistir cada passo, nas ruas, nas trilhas, no ar, no mar e na lagoa, e também no telão montado na base do Arpoador”, diz. Na nova competição haverá 20 equipes convidadas, cada uma delas formada por seis atletas, um para cada modalidade: corrida, canoagem, stand-up paddle (em que o atleta rema em pé, numa prancha de surfe), mountain bike, parapente e surfe. 

 

Serão cinco times internacionais representando Estados Unidos, Argentina, Nova Zelândia, Chile e Espanha. À frente da equipe americana está o corredor Paul Romero, considerado uma lenda em esportes de aventura. Nas equipes brasileiras estarão alguns dos principais atletas de aventura do País. O trajeto começa com um percurso de 32 quilômetros de mountain bike saindo do Arpoador, seguindo pela orla marítima até a Floresta da Tijuca, com chegada na lagoa Rodrigo de Freitas, onde será realizada a etapa de stand-up paddle. Os tempos em cada modalidade serão somados, e a equipe que obtiver o menor tempo total no percurso de 80 quilômetros receberá um prêmio de US$ 20 mil. A prova também terá premiações individuais para os melhores atletas de cada modalidade. “Tudo no Rocky Man será superlativo. 

 

O percurso será lindíssimo e muito técnico, aproveitando todo o potencial do País para os esportes de aventura. Convidaremos os melhores atletas de cada modalidade, brasileiros e estrangeiros”, afirma Andrea Estevam, diretora do evento e diretora de redação da revista Go Outside, publicada pela editora Rocky Mountain. “A recompensa para isso tudo será a maior premiação já entregue por uma prova de aventura.” Outro indicador do bom momento do setor no Brasil é a Adventure Sports Fair, na capital paulista, que teve sua 14ª edição na semana passada. Neste ano, a feira deve gerar R$ 6,5 milhões em negócios para seus 72 expositores. A feira foi a primeira do mundo a reunir operadores de turismo e outras companhias ligadas ao turismo de aventura. 

 

32.jpg

Duro de remar: a competição Ecomotion tem percurso de 650 quilômetros e diversas provas,

como a de canoagem.

 

Prova de que o setor não para, em maio a Chapada dos Veadeiros será o cenário de uma das principais corridas de aventura do mundo, o Ecomotion Pro, que espera movimentar R$ 1 milhão na região. Até agora, 36 equipes de quatro pessoas já se inscreveram para a prova, em que os quartetos terão que pedalar, correr, se orientar por mapas e bússolas, remar e completar trechos de rapel dentro de cachoeiras. O percurso totaliza 650 quilômetros, que devem ser completados em cinco a sete dias – sem paradas ou descanso. O Ecomotion Pro 2012 passará por três municípios. A cidade-base será Alto Paraíso, em Goiás, local estratégico para explorar os cânions, cachoeiras e trilhas da região, dominada pela vegetação de cerrado. 

 

Assim como no Rocky Man, atletas de equipes da Espanha, França, Nova Zelândia, Argentina e do Uruguai já confirmaram presença. Criado em 2003 pelo empresário e atleta paulista Said Aiach Neto, o Ecomotion ganhou um novo time de organizadores a partir deste ano. Ele é composto pelo atleta de corrida Shubi Guimarães, por Tiago Guimarães, ex-gerente de marketing da Nike Sportswear, e Pedro Guimarães, que respondia pela área de planejamento estratégico da agência de eventos Mondo Entretenimento. O trio convidou para formatar o evento comercialmente a Xingu Marketing, de Beto Guerra, egresso da Traffic Sports. 

 

“A marca Ecomotion é muito forte no segmento de aventura, mas ela não se restringe apenas à prova”, afirma Tiago Guimarães, especialista em consultoria de marcas. “Existe uma gama muito mais completa de produtos e serviços a ser oferecida a esses consumidores.” A multiplicação dos eventos de aventura só começou a acontecer quando o País decidiu regularizar o setor, em 2009. No entanto, ainda há muito a ser feito. “A primeira fase foi desenvolver um mercado interno”, diz Sérgio Franco, diretor-geral da Adventure Sports Fair. “Agora, com as questões de segurança melhoradas, a tendência é que os estrangeiros olhem o Brasil como destino de aventura.” 

 

33.jpg