22/12/2022 - 1:40
Um dos pilares essenciais para uma boa governança é a transparência de informações verídicas e confiáveis para todos os públicos de interesse. Isso vale para empresas públicas e privadas, como também para países. Gostem alguns ou não, a ferramenta social mais legítima para se fazer cumprir tal fim é o jornalismo. Infelizmente, porém, dados da organização Repórteres sem Fronteiras apontam novo recorde de jornalistas presos em 2022. Ao todo foram 533, alta de 13,4% diante do registrado no ano anterior. Do total, 80 são mulheres, 30% a mais na mesma comparação.
O número de profissionais assassinados também cresceu, alcançando 57 vítimas, elevação de 18,8%. Entre os motivos, a Guerra na Ucrânia foi destacada pelo relatório com oito casos. Além das fatalidades, ao menos 65 jornalistas e profissionais da imprensa são mantidos como reféns e 49 estão desaparecidos.
No Brasil, segundo a entidade, três foram mortos. O dado difere da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) que aponta dois assassinatos: o britânico Don Phillips que perdeu a vida na Amazônia, e Givanildo Oliveira, do portal cearense Pirambu News, que foi morto horas depois de publicar reportagem sobre a prisão de um suspeito de homicídio em Fortaleza.
A mesma entidade alerta para o aumento de 39 para 66 os casos de agressões graves, aqueles que envolvem episódios de violência física, destruição de equipamentos, ameaças, além dos assassinatos.

(Nota publicada na edição 1305 da Revista Dinheiro)