Como o sr. enxerga os movimentos recentes das montadoras para adaptarem seus negócios aos impactos de novos modelos de negócios propostos por empresas como o Uber?
As montadoras estão em estado de pânico e realmente preocupadas com o seu próprio futuro. Elas começaram a perceber que com carros elétricos e autônomos, o custo dos veículos e do transporte vai cair drasticamente. No início dos anos 2020, vamos ter carros elétricos que vão custar menos de US$ 20 mil. E com os aplicativos de compartilhamento, como o Uber, nós não vamos precisar ter um desses veículos. Eles estarão disponíveis sob demanda. Então, serão precisos 90% menos carros e o transporte vai custar uma fração do que é hoje.

Como ficam às montadoras nesse cenário?
Não vamos precisar de muitas montadoras, o que significa que grande parte das que lideram esse mercado atualmente irão à falência até 2025. Por isso, há uma corrida para desenvolver esses serviços. Existe um sentimento na indústria de que quem sair na frente vai dominar o mercado e de que aquelas que ficarem para trás, desaparecerão. Então, elas estão desesperadas para entrar nesse jogo.

Em quais desses novos modelos as montadoras tradicionais têm maior chance de sucesso?
Francamente, não acho que as grandes companhias vão sobreviver. Serão novos nomes como a Tesla e outras empresas que ainda nem surgiram que irão produzir os carros do futuro. As montadoras tradicionais estão mais preocupadas em proteger suas margens de lucro e investimentos em velhas tecnologias do que em inovar.

Como o Brasil se encaixa nesse contexto?
Há oportunidades para empreendedores no Brasil entrarem nesse jogo e desenvolverem a próxima geração de carros para o mercado local. Carros elétricos podem ser desenvolvidos por um preço baixo, na faixa de US$ 10 mil, e esses modelos certamente vão atrair o interesse dos motoristas do País.  
 

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