Poucos mercados têm aberto tantas janelas de oportunidades para a companhia aérea panamenha Copa Airlines quanto o Brasil. A empresa, que faturou US$ 2,6 bilhões no ano passado e já opera 14 voos diários em sete capitais brasileiras, quer aumentar sua presença nas cidades do interior do País. O primeiro terminal escolhido nessa nova etapa da companhia é Viracopos, em Campinas, que entrará em seus mapas de voo em dezembro. Diante da lotação máxima de seus voos que partem do Aeroporto de Guarulhos, essa foi a saída encontrada pela companhia para continuar crescendo em São Paulo.

“Temos muito movimento em São Paulo, e indo para Viracopos podemos ampliar nossos negócios”, afirma Pedro Heilbron, CEO global da Copa Airlines. Mas não é apenas o Estado de São Paulo que está no radar do executivo, e sim todo o País. O Brasil já é a quarta operação mais importante para a companhia, atrás apenas de Panamá, Estados Unidos e Colômbia. “Estamos percebendo um crescimento do número de viajantes em toda a América Latina”, afirma Heilbron. “Mas no Brasil há um crescimento de renda, um fortalecimento da moeda e uma melhora na qualidade de vida, o que tem elevado o número de viajantes.”

A aposta do executivo é no crescimento da renda dos consumidores do interior paulista e do potencial dos viajantes a negócios. “É uma área que concentra muitas empresas de tecnologia”, diz. A expectativa da nova rota Campinas-Cidade do Panamá é de ter voos com mais de 80% de ocupação, como já ocorre nos demais voos. O segredo para ter suas aeronaves sempre lotadas é a vontade dos brasileiros de ir às compras e o preço mais baixo das passagens. Um trecho São Paulo-Miami, por exemplo, chegou a custar 17% menos na Copa na comparação com a americana United Airlines.

O furor consumista, por sua vez, pode ser saciado no Aeroporto Internacional de Tocumen, na Cidade do Panamá, onde os passageiros fazem conexões e que possui um dos maiores free shops do mundo. No total, são 69 destinos. “Ligamos o Brasil a destinos como Boston e Tampa, que antes não estavam disponíveis”, diz o CEO. Com vantagens financeiras e logísticas, a Copa Airlines pretende intensificar sua presença nos céus brasileiros e fazer decolar seus resultados. Depois de crescer 18,8% no ano passado, o faturamento neste ano deve dar um novo um salto de dois dígitos, ao colocar em operação quatro novos Boeings 737-800, ampliando a frota para 98 aparelhos. “Estamos investindo em aviões mais eficientes em controle de custos”, diz Heilbron.