12/12/2014 - 20:00
As perspectivas em relação à economia brasileira indicam que 2015 será um ano desafiador. Contudo, mesmo diante das adversidades, existe um grupo de brasileiros que teima em se manter otimista. Trata-se dos empresários e dos executivos que atuam no agronegócio e acordam bem cedo para tocar seus empreendimentos, faça chuva ou faça sol. Uma parcela importante desse contingente se reuniu na quarta-feira 10, em São Paulo, na festa de premiação de AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL. Quem deu o tom foi Wesley Batista, acionista e presidente da JBS, a Empresa do Ano no Agronegócio.
“A trajetória de meu pai, José Batista Sobrinho, que fundou esta empresa há 61 anos, mostra que o trabalho árduo supera tudo”, afirmou em um emocionado discurso. “E isso vale também para o agronegócio, que se supera a cada dia, mesmo enfrentando uma infinidade de problemas.” Batista foi seguido em seu otimismo por outros empresários e executivos de peso, como Luiz Pretti, presidente da Cargill. Segundo ele, é evidente que existem problemas no horizonte. No entanto, a empresa enxerga o País a partir da ótica de médio e longo prazo.
“Estamos investindo US$ 640 milhões na ampliação de nossas operações no Brasil”, disse. Entre as vencedoras da noite destacam-se a JBS na categoria Agronegócio Direto – Conglomerados; a Syngenta, em Agronegócio Direto – Grandes Empresas; a Usina São João, em Agronegócio Direto – Médias Empresas; e a Champion Saúde Animal na categoria Agronegócio Direto – Pequenas Empresas. Por sua vez, a Ambev levou o título de Melhor no Agronegócio Indireto, enquanto a Comigo ficou com a primeira colocação entre as cooperativas e a Fibria foi a vencedora em Gestão de Cadeia Produtiva.
Além do prêmio, a gigante produtora de celulose vem colhendo outros bons frutos, plantados nos últimos anos. É que depois do longo processo de reestruturação interna, resultante da incorporação da Aracruz pela VCP, e de conflitos com os movimentos sociais, especialmente no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia, a empresa se diz pronta para continuar crescendo. “Estruturamo-nos para passar por esses momentos difíceis e por isso não sofremos impacto por conta da redução da atividade econômica que vemos no Brasil”, afirma Carlos Alberto Roxo, diretor de relações corporativas e de sustentabilidade da Fibria.
Além de uma visão otimista em relação ao futuro, os discursos foram pontuados por alguns dos fatores que fizeram do Brasil uma potência global do agronegócio. A começar pela excelência das empresas, como lembrou o diretor editorial da Editora Três, Carlos José Marques. “O agronegócio se firmou como um grande pilar da economia brasileira”, disse. “E nesta noite saudamos as empresas que mais se destacaram no setor.” Na mesma linha seguiu o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra. “Quem move este país é o agronegócio”, afirmou.
O anuário elaborado pela DINHEIRO RURAL já está nas bancas e lança luz sobre o estilo de gestão e a estratégia de atuação de algumas das mais vigorosas integrantes de um segmento que movimentou R$ 1,5 trilhão em 2013, equivalente a 20% de toda a riqueza produzida no País. Também enfoca o trabalho das campeãs da pecuária e os destaques em outros 13 setores. Boa parte desse montante foi obtida com a venda de produtos nos mais de 100 países abastecidos pelo agronegócio brasileiro. Quer seja por meio de produtos acabados e com marcas fortes, quer seja no papel de insumo para produtos finais, como é o caso da soja, do café e do açúcar.
Graças à diversidade de produtos e de mercados, a agricultura colaborou com um saldo positivo de US$ 82,9 bilhões para a balança comercial em 2013. A importância do produtor rural brasileiro vai muito além da função de colocar comida na mesa das famílias daqui ou do exterior. O País é a base de um dos mais robustos projetos de biocombustíveis do planeta, baseado no etanol de cana. “Temos muitos desafios pela frente”, diz Elizabeth Farina, presidente da Unica, entidade que reúne as empresas sucroenergéticas. “Mas estamos esperançosos.” A expectativa da dirigente é de que o governo adote medidas para valorizar a contribuição do etanol na descarbonização da economia brasileira, por meio da redução das emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
Veja a cobertura completa aqui