Se os índices acionários disputassem um campeonato como os times de futebol, o Índice Bovespa estaria rebaixado para uma divisão inferior. No ano, até o dia 5 de dezembro, sua perda em dólares havia sido de 28,3%, resultado superior, apenas, ao da Bolsa do Peru, que caiu 35,3% . Todos os demais indicadores superaram o Brasil. Os indicadores americanos renderam, em média, 30%. O desempenho ruim do Ibovespa foi amplificado pelo peso, no índice, de papéis como Petrobras e Vale, além da OGX e outras empresas ligadas a Eike Batista, cujas cotações desabaram, no segundo semestre, em sua composição. 

 

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João Pessoa, capital da Paraíba, perdeu a disputa para ser uma das cidades-sede

da Copa do Mundo

 

No entanto, mesmo assim a Bolsa foi um mau negócio em 2013. “O ciclo do consumo, que vinha sustentando o mercado desde 2010, vem dando sinais de esgotamento”, diz Joaquim Levy, presidente da empresa de gestão de recursos do Bradesco, a Bram. Como era de se esperar, os fundos de ações apresentaram os piores desempenhos do ano. Em média, até o dia 5 de dezembro, os fundos de ações vinculados ao Índice Bovespa recuaram 9,4%. A única alternativa para os gestores é não se vincular aos indicadores de mercado. Os fundos de ações livres, que permitem escolher os papéis mais promissores, lideraram o ganho, rendendo, em média, 9,86%. 

 

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Dentre eles, o fundo com a melhor relação entre risco e retorno foi uma carteira administrada pelo banco paulista Daycoval, especializado em pequenas empresas. O fundo Total Long Bias rendeu 27,83% nos 12 meses findos em outubro. “Os gestores vêm enfrentando um problema estrutural, há muito dinheiro no mercado e poucas ideias interessantes de investimento”, diz Emerson Navarini, gestor de renda variável do Daycoval. “Isso faz com que o tempo médio de maturação das estratégias encolha. Se antes comprávamos uma ação e esperávamos dois anos para que ela chegasse ao preço-alvo, hoje isso ocorre em seis meses.” Para garantir o bom retorno, Navarini e o gestor Luiz Paulo Rodrigues fizeram apostas rápidas em ações de empresas novas, como Smiles e Linx, já vendidas. 

 

Outros títulos de maturação mais lenta são os ligados à logística, como LogIn e JSL, visando navegação de cabotagem e prestação de serviços logísticos. “Esses papéis ainda estão baratos”, diz Rodrigues. O cenário deverá continuar adverso em 2014, mas há algumas boas alternativas no banco de reservas. Para os gestores, a melhor aposta do ano são papéis de empresas exportadoras, como Vale e BRF, e de empresas com boa participação no mercado internacional, como Gerdau e JBS, que devem prosperar devido à expectativa de depreciação do real em relação ao dólar. “São mais promissoras que os papéis voltados para o consumo”, diz Levy. 

 

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