31/05/2013 - 21:00
Quando vendeu a Óticas Carol para o fundo de private equity 3i, o empresário Marcos Amaro, filho do comandante Rolim Amaro, controlador da TAM, deixou nas mãos dos britânicos uma empresa com receita de R$ 320 milhões, 530 lojas e o posto de segunda maior rede de óticas do País. Está atrás apenas da rival maranhense Diniz, atualmente com mais de 600 lojas em 140 cidades, fundada pelo paraibano Arione Diniz. Os novos controladores, no entanto, não pagaram R$ 108 milhões pela operação para mantê-la na segunda posição. Eles estão com planos ousados para levá-la à liderança. Para isso, a companhia decidiu que terá uma fábrica de armações de óculos, informou à DINHEIRO o CEO Ronaldo Pereira.
Lente de aumento: Pereira, Ceo da Óticas carol, pretende abrir
mais de 200 lojas este ano
O executivo estuda, no momento, se entrará nesse mercado através de uma aquisição ou se construirá uma unidade industrial do zero.A Zona Franca de Manaus é um local em análise por Pereira. Atualmente, a Óticas Carol é dona de uma fábrica de lentes, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. “É uma forma de baratear custos, pois com os terceiros sacrificamos as margens”, diz Pereira, justificando a estratégia. A expectativa de Pereira é que os produtos próprios representem 30% do total de armações vendidas pela rede, quando a fábrica for inaugurada. O executivo estima que os preços ao consumidor devem cair de 20% a 30% com a nova unidade, que deverá ficar pronta no ano que vem. O valor do investimento não foi revelado, pois depende do modelo que será adotado – aquisição ou construção.
Além da queda de preço, Pereira acredita que a logística ficará mais azeitada com a fabricação própria. Ele avalia que a rede de lojas poderá entregar os óculos com as lentes em apenas 24 horas. “O que não conseguiríamos com os fornecedores tradicionais”, afirma Pereira. Esse é só mais um capítulo da briga particular da Óticas Carol Diniz. O plano de Pereira é acelerar as inaugurações de novos pontos de venda. Até o final deste ano, a meta é chegar a 750. Em 2015, o objetivo é alcançar 1,5 mil, cerca de 500 a mais do que a Diniz no mesmo período. O faturamento deve crescer 30% neste ano, chegando a R$ 420 milhões. “Precisamos estar presentes no maior número de cidades”, diz Pereira, que se espelha na empresa de cosméticos O Boticário, hoje a maior rede de franquias do Brasil, com 3,5 mil pontos de venda.