07/10/2022 - 1:15
Para muitas empresas, 2021 foi um ano de retomada e, principalmente para empresas de tecnologia, o momento de colocar o pé no freio, analisar os gastos, projetos e reestruturar. Para muitas, mas não para todas. Algumas delas usaram o período para entender que o crescimento por crescimento não se sustenta e que, ainda assim, é possível ser gigante. Ser multinacional. Esse foi o caso da Stefanini, multinacional brasileira que nasceu em 1987 e fez 13 aquisições nos últimos quatro anos. Absorvendo empresas de varejo, financeiras, de cibersegurança, de serviços em nuvem e marketing, Marco Stefanini, CEO global da companhia, garante que a organização soma novos expertises e que, muito mais do que um impulso, suas compras são “100% M&A e investimento interno com tecnologia”.
Com esse apetite enorme a empresa precisou também olhar para dentro para aproveitar da melhor forma possível essa força da tecnologia que se formava. E assim o fez. Em 2021 a empresa obteve um faturamento bruto de R$ 5 bilhões, valor 25% maior que no ano anterior, e 66,6% maior que há quatro anos. “E antes de 2021 foi um ano de acertar as pontas soltas”, disse o CEO. Desde 2018 a empresa enfrenta um processo de melhorias e ajustes na gestão, buscando alcançar uma maior maturidade em suas soluções digitais e das operações internacionais. E o resultado veio. Tanto que a empresa se sobressaiu à concorrência e levou o prêmio na categoria Tecnologia, Software e Serviços em AS MELHORES DA DINHEIRO 2022.

“Já temos uma maturidade muito forte nesse processo de globalização” Marco Stefanini, CEO Global.
E o que Marco precisou organizar não foi pouco. Ao todo são 41 países, 72 escritórios em 69 Cidades e 41 idiomas diferentes, em todos os cinco continentes economicamente ativos. Um orgulho, segundo o executivo, por se tratar de “uma empresa global de origem brasileira”. Na avaliação do CEO, a empresa já atingiu uma maturidade muito forte nesse processo de globalização, e a internacionalização passa por algumas etapas, entre elas a de absorver outras empresas que atuam no país alvo para ganhar tração no novo mercado. “Muitas, vezes, como não temos uma marca forte, é importante ter um posicionamento de marca robusto, mostrando o portfólio de clientes globais e não só ter uma oferta de qualidade.”
Neste ano, a empresa anunciou também a abertura de startup interna, com foco na transformação digital de venda e compra de cotas de consórcio. O propósito é impulsionar o crescimento sustentável do setor de consórcios no Brasil e em breve, a empresa entrará no mercado de venda de cotas novas, unindo o mundo físico ao digital, além de oferecer os serviços de Terceirização de Processos de Negócios (BPO), aproveitando todo o conhecimento do grupo nesse mercado. A atuação foi ampliada com a aquisição da NewM, software house especialista no segmento mobile para consórcio, complementando seu portfólio de soluções para esse mercado.
E por falar em compras, desde 2018 o ritmo está acelerado. A começar pela Estatística Segura, Magma e Intelligenti, marcas que fortaleceram o portfólio com soluções de inteligência, saúde e do campo jurídico. No ano seguinte, foi a vez da TecCloud, que ajudou a expandir as entregas em tecnologia e nuvem para os clientes. Na fase inicial da pandemia, em 2020, mais aquisições. A Mozaiko (focada em ofertas para o setor varejista), a Logbank (que atua com soluções de Payment Service Provider), o Cyber Smart Defense (focada em segurança digital), além de duas unidades de negócio de detecção de fraude on-line e de software local da Diebold Nixdorf Brasil e a N1 IT (consultoria em TI especializada em serviços na nuvem). Foi no ano passado também que surgiu a oportunidade de comprar 60% do Grupo CRK, e da peruana focada em digitalização Sapia. E em 2022 o ritmo continua com a aquisição da Cobiscorp (empresa de software bancário), e a Ecglobal (plataforma colaborativa de redes sociais).
Para o futuro, o plano é olhar o amadurecimento dos mercados internacionais e expandir na América Latina, “A região está com muita fome de crescimento digital”. Com a empresa sendo uma referência de transformação digital no Brasil, ele acredita ser capaz de se manter como referência neste mercado. No fim das contas, o objetivo principal se mantém o mesmo desde que a empresa nasceu, lá no final da década de 1980. “Criar valor através de tecnologia e soluções digitais de negócio”. Isso tudo sem jamais deixar de lado a boa gestão operacional e de pessoas.